Meio Ambiente

Incêndios em vertedouros clandestinos liberam milhões de toneladas de gases poluentes no Brasil

Estudo revela quase três mil incêndios em lixões no Brasil, liberando seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa anualmente. A situação, alarmante, afeta a saúde pública e o meio ambiente, exigindo ações urgentes.

Atualizado em
August 4, 2025
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Vertederos se incendian cada dos días en el país — Foto: Cristiano Mariz/O GLOBO

O Brasil enfrenta sérios problemas na gestão de resíduos sólidos, evidenciados por um estudo recente que revelou quase três mil alertas de incêndios em setecentos e quarenta lixões ao longo da última década. Esses incêndios liberam anualmente cerca de seis milhões de toneladas de gases de efeito estufa, impactando diretamente a saúde pública e o meio ambiente. A situação é alarmante, especialmente em áreas como o bairro Jardim dos Ipês, em Valparaíso de Goiás, onde os moradores sofrem com problemas respiratórios devido à fumaça proveniente de um lixão próximo.

O estudo, realizado pelo jornal O GLOBO, utilizou inteligência artificial e imagens de satélite para identificar os focos de incêndio. Os dados mostram que, em média, ocorre um incêndio a cada dois dias em lixões espalhados por todos os estados do Brasil. O impacto ambiental é comparável às emissões anuais de uma cidade do tamanho de Campinas, em São Paulo, ou de quase três milhões de veículos movidos a gasolina.

Além disso, a situação é ainda mais crítica em municípios como Curuçá, no Pará, onde um lixão a céu aberto está localizado a apenas noventa e cinco quilômetros da sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30). Apesar das leis que proíbem esse tipo de depósito, muitos lixões continuam a operar de forma irregular, sem dados oficiais sobre sua localização e impacto.

Os especialistas apontam que a falta de controle e a ausência de dados atualizados sobre os lixões são consequências de uma gestão ineficaz. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em dois mil e dez, previa a erradicação de todos os lixões até dois mil e quatorze, prazo que foi prorrogado e que agora se aproxima do fim, sem que a maioria dos municípios tenha cumprido a meta.

Os incêndios em lixões não apenas liberam gases nocivos, como também afetam a saúde dos trabalhadores e moradores próximos. A queima de resíduos, especialmente plásticos, é uma das principais fontes de poluição do ar, liberando substâncias altamente prejudiciais. A situação é ainda mais grave durante o período de seca, quando a maioria dos incêndios ocorre.

Diante desse cenário, é fundamental que a sociedade civil se mobilize para apoiar iniciativas que visem a erradicação dos lixões e a promoção de soluções sustentáveis. A união em torno de projetos que busquem melhorar a gestão de resíduos pode fazer a diferença na vida de muitas pessoas afetadas por essa crise ambiental. Juntos, podemos transformar essa realidade e promover um futuro mais saudável e sustentável para todos.

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