Moradores da comunidade ribeirinha Aterro do Binega enfrentam sérios problemas de saúde mental e física devido às queimadas no Pantanal, reivindicando uma unidade de saúde local. A situação se agrava com a dificuldade de acesso a tratamentos médicos em Corumbá.
As queimadas no Pantanal, ocorridas em 2020 e 2024, deixaram marcas profundas no ecossistema e na saúde das comunidades ribeirinhas. Em Aterro do Binega, moradores relatam dificuldades de acesso a serviços de saúde e enfrentam problemas de saúde mental e física. Rosemari Gomes de Souza, moradora da região, destaca que "todo mundo ficou mal, com muito trauma do incêndio". A localidade, situada a quatro horas de barco de Corumbá, foi uma das mais afetadas, com 1,9 milhão de hectares queimados no último ano.
O impacto das queimadas é evidente. Rosemari recorda momentos de desespero, como quando sua família teve que deixar a casa para se proteger do fogo. A situação se agrava com a dificuldade de acesso a tratamentos médicos, que exigem viagens custosas até a cidade. A comunidade reivindica a instalação de uma unidade de saúde ou uma "ambulancha", um barco hospital, para atender às necessidades locais.
Os problemas de saúde são variados. O Ministério da Saúde alerta que a inalação de fumaça pode causar irritações e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Edna da Silva Amorim, residente da comunidade, expressa preocupação com os efeitos da fumaça na saúde de seus filhos, que apresentam sintomas como tosse e sangramentos nasais. A situação é ainda mais crítica para crianças que, após vivenciarem as queimadas, desenvolveram traumas e medos relacionados ao fogo.
A Escola Municipal Rural de Educação Integral Polo São Lourenço, que atende alunos de Aterro do Binega, também sente os efeitos das queimadas. O professor Emilio Carlos Moraes observa mudanças no comportamento dos alunos, que demonstram medo e ansiedade. A escola precisou suspender aulas e evacuar alunos durante os incêndios, refletindo a insegurança que permeia a comunidade.
Além da saúde e da educação, o acesso a tratamentos para doenças crônicas é comprometido. Moradores como Joana, que convive com hipertensão e diabetes, dependem de remédios caseiros até conseguirem ir a Corumbá. A espera por atendimento médico no Sistema Único de Saúde (SUS) é uma barreira adicional para a população local, que já enfrenta desafios diários.
Apesar das dificuldades, a comunidade recebeu treinamento para combater queimadas, promovido pelo PrevFogo, órgão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A união e o apoio da sociedade civil são essenciais para ajudar essas comunidades a se reerguerem e a se prepararem para o futuro. A mobilização em torno de projetos sociais pode fazer a diferença na vida de quem mais precisa.
Ibama inicia programa inédito de recuperação de 1.300 hectares de Mata Atlântica em Santa Catarina, promovendo justiça socioambiental e parcerias com diversas instituições. A iniciativa visa restaurar áreas degradadas e incentivar a pesquisa de espécies ameaçadas.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional reconheceu a emergência em nove cidades do Rio Grande do Sul devido à estiagem, permitindo acesso a recursos federais para ações de defesa civil. As prefeituras podem agora solicitar ajuda para fornecer alimentos, água e kits de higiene. Com isso, o total de reconhecimentos no estado chega a 308, sendo 288 por estiagem.
Angelina Jolie visitou a aldeia Piaraçu, no Mato Grosso, e se reuniu com o cacique Raoni para discutir a proteção da cultura indígena e do território. A atriz reforçou a importância da luta conjunta.
A campanha Manual de Adaptação do Brasil, com a participação de 38 organizações, utiliza arte para conscientizar sobre a crise climática e promover soluções antes da COP 30 em Belém. A iniciativa inclui murais e intervenções artísticas, destacando a importância da biodiversidade e dos direitos territoriais.
Após dois anos de emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami, a operação contra o garimpo reduziu a atividade ilegal em 96,5%, mas a malária aumentou 10%. O número de mortes indígenas caiu 21% em 2024, refletindo dados de anos anteriores.
Estudo da PUC-Rio revela que fogões a lenha ecoeficientes reduzem em até 60% a poluição do ar em cozinhas, melhorando a saúde e diminuindo o consumo de lenha em comunidades rurais. A pesquisa destaca a importância de soluções sustentáveis para a transição energética.