Impacto Social

Iniciar atividade física após os 50 anos pode transformar saúde e qualidade de vida

Iniciar a prática de exercícios após os 50 anos pode reduzir em até 35% o risco de morte e melhorar a saúde física e mental, mesmo para sedentários de longa data. A ciência comprova que nunca é tarde para mudar.

Atualizado em
May 23, 2025
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Exercícios previnem problemas de saúde, mesmo quando iniciados mais tarde na vida — Foto: Pexels

É comum ouvir que, após os 50 anos, não vale a pena iniciar a prática de atividades físicas. No entanto, a biologia e a epidemiologia demonstram que essa crença está equivocada. Pesquisas recentes indicam que pessoas sedentárias que começam a se exercitar nessa faixa etária podem reduzir em até 35% o risco de morte por todas as causas, além de promover melhorias significativas na saúde física e mental.

O Brasil enfrenta um rápido envelhecimento populacional. Projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em menos de 15 anos, um em cada três brasileiros terá mais de 50 anos. Atualmente, mais da metade desse grupo é sedentária, contribuindo para o aumento de doenças como hipertensão, diabetes tipo 2 e depressão.

Estudos publicados no JAMA Network Open e no British Journal of Sports Medicine reforçam que iniciar exercícios após os 50 anos traz benefícios substanciais. Além da redução do risco de morte, os exercícios melhoram a pressão arterial, os níveis de glicose e colesterol, o sono, a memória e a autonomia funcional. O exercício físico atua em quase todos os sistemas do corpo, reduzindo a inflamação crônica e preservando a massa muscular.

A revisão sistemática de Northey et al. (2018) destaca que a atividade física melhora a função cognitiva em adultos acima de 50 anos, independentemente do estado cognitivo inicial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos nessa faixa etária realizem de 150 a 300 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, além de exercícios de fortalecimento muscular em dois ou mais dias.

Como médica e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), testemunhei o impacto positivo da atividade física em pacientes. Muitos que chegaram exaustos e limitados, após iniciarem caminhadas e sessões de fortalecimento, não apenas melhoraram seus parâmetros clínicos, mas também recuperaram a autoestima e a alegria de viver.

Iniciar a prática de exercícios deve começar com uma avaliação médica adequada, respeitando limitações individuais. Atividades seguras e progressivas, como caminhadas curtas e alongamentos, são recomendadas. A transformação emocional que o exercício proporciona é significativa, devolvendo o senso de controle e combatendo o isolamento. Em um cenário de desafios no envelhecimento e na saúde pública, a união da sociedade pode fazer a diferença, promovendo iniciativas que incentivem a prática de atividades físicas entre os mais velhos.

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