Meio Ambiente

"Jabuti resgatado em Brasília recebe tratamento inovador após queimadas devastadoras"

Jabuti ferido é resgatado na Floresta Nacional de Brasília após queimadas. O animal, com casco queimado, recebe tratamento inovador com pele de tilápia no Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre.

Atualizado em
August 15, 2025
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Jabuti recebendo pele de tilápia no lugar do casco que caiu por causa da queimada - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

No início de agosto, a Floresta Nacional de Brasília enfrentou mais uma queimada, resultando em destruição significativa da vegetação local. Em meio às cinzas, um jabuti ferido foi resgatado, apresentando o casco queimado e ferimentos nas patas e na cabeça. O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e o Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus) estão cuidando do animal, que se tornou o primeiro paciente das queimadas de 2025.

O jabuti foi encontrado pelo chefe do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Distrito Federal (Cetas-DF), Júlio César Montanha, que relatou que o animal estava em um local com muita fumaça e ainda caminhava sobre o mato quente. O resgate foi necessário devido aos danos graves que o jabuti sofreu, incluindo queimaduras nas patas e no rosto, além de desidratação.

Após o resgate, o jabuti recebeu um tratamento inovador, utilizando pele de tilápia para acelerar a cicatrização das queimaduras. O biólogo e coordenador do Hfaus, Thiago Marques, explicou que a pele protege áreas expostas e evita infecções, que poderiam ser fatais para o animal. O tratamento requer acompanhamento constante, com a troca periódica da pele conforme a cicatrização avança.

Além das queimaduras, o jabuti também apresentou risco de descolamento das placas ósseas que cobrem o casco. Para garantir a recuperação, a equipe do Hfaus utiliza antibióticos e anti-inflamatórios. Em casos de danos irreversíveis, resina é aplicada para reconstruir o casco, permitindo que o animal mantenha sua mobilidade.

As queimadas na região têm impactos profundos na fauna, forçando animais a abandonarem seus habitats em busca de segurança. Rodrigo Augusto Santos, biólogo e gerente de Fauna Silvestre do Ibram, destacou a importância da preservação das áreas nativas para o equilíbrio ecológico e a necessidade de ação conjunta da sociedade para proteger a fauna local.

O Hfaus não realiza os resgates, mas é fundamental no tratamento de animais silvestres encaminhados por órgãos competentes. O jabuti, ainda sob cuidados, poderá retornar à natureza após a recuperação. A união da sociedade pode fazer a diferença na proteção e recuperação de animais como esse, promovendo iniciativas que ajudem a preservar a fauna e a flora da região.

Correio Braziliense
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