Meio Ambiente

Jaguatirica resgatada no Pará gera polêmica sobre posse de animais silvestres e pressão nas redes sociais

A jaguatirica apreendida pelo Ibama, que estava sob cuidados inadequados de uma influenciadora, gera polêmica com abaixo-assinados pedindo sua devolução, desconsiderando a legislação e riscos à fauna.

Atualizado em
July 10, 2025
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Divulgação

A jaguatirica (Leopardus pardalis) está em recuperação em um Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas) em Brasília, após ser apreendida pelo Ibama em abril. O animal foi mantido ilegalmente por uma influenciadora, apresentando problemas de saúde, como desnutrição e ferimentos. A influenciadora foi multada em R$ 10 mil e obrigada a remover imagens do animal de suas redes sociais, mas ainda não cumpriu essa determinação.

Recentemente, abaixo-assinados pedindo a devolução da jaguatirica à influenciadora ganharam força, gerando polêmica. Especialistas alertam sobre os riscos da posse de animais silvestres e a importância de seguir a legislação. O chefe do Cetas, Júlio Montanha, enfatizou que a jaguatirica não foi resgatada, mas sim caçada, e destacou que a influenciadora admitiu em vídeo ter capturado o filhote após seu cachorro encurralar a mãe.

Filipe Carneiro, coordenador de Biodiversidade do Instituto Ampara Animal, criticou o uso de termos como “resgatado” e “adotado” para animais silvestres mantidos ilegalmente, pois isso pode criar uma falsa impressão de que estão bem cuidados. Ele ressaltou que muitos filhotes são retirados da natureza após a morte das mães e acabam sob os cuidados de pessoas sem a devida autorização ou preparo.

O Ibama destacou que a família da influenciadora deveria ter procurado uma autoridade ambiental para que a jaguatirica recebesse o atendimento adequado. A falta de ação resultou em um animal adoentado exposto nas redes sociais. Apesar da situação, a influenciadora tenta reaver a jaguatirica na Justiça, enquanto os abaixo-assinados já somam mais de um milhão de assinaturas.

Marcelo Oliveira, especialista do WWF-Brasil, alertou que a fauna silvestre fora de seus habitats pode representar riscos sanitários, como a transmissão de doenças entre animais e humanos. Ele também destacou que influenciadores que promovem a posse ilegal de animais silvestres podem incentivar crimes como caça e tráfico, e que as redes sociais são um espaço propício para esses delitos.

A legislação brasileira, que data de 1967, estabelece que animais silvestres pertencem ao poder público e só podem ser mantidos com autorização dos órgãos ambientais. No entanto, as punições para quem descumpre essa norma ainda são brandas. É essencial que a sociedade civil se una para apoiar iniciativas que promovam a conservação da fauna silvestre e a educação sobre a posse responsável de animais, garantindo um futuro mais seguro para esses seres.

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