A Anvisa aprovou o Kisunla (donanemabe), primeiro medicamento específico para Alzheimer, mas seu alto custo e limitações de uso geram preocupações. O Kisunla, desenvolvido pela Eli Lilly, é o primeiro fármaco direcionado ao Alzheimer, prometendo benefícios em estágios iniciais da doença. Apesar do entusiasmo entre especialistas, o medicamento apresenta limitações, como eficácia reduzida em quadros moderados e graves, além de potenciais efeitos adversos. A necessidade de exames caros para triagem e o custo elevado do tratamento, que chega a quase 32 mil dólares anuais nos Estados Unidos, levantam questões sobre a acessibilidade no Brasil. A experiência com a memantina, aprovada em 2011, sugere que a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) pode ser demorada. Especialistas ressaltam a importância do diagnóstico precoce e da prevenção, destacando que até sessenta por cento dos casos de demência podem ser evitados.

A aprovação do Kisunla (donanemabe) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (22) marca um avanço significativo no tratamento do Alzheimer no Brasil. Este medicamento, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, é o primeiro a ser especificamente formulado para combater a doença, atuando na remoção das placas de proteínas beta-amiloides que se acumulam no cérebro dos pacientes. Especialistas, como Mychael Lourenço, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), consideram essa aprovação um marco importante, destacando os benefícios que o Kisunla pode trazer aos pacientes.
O Kisunla já está disponível nos Estados Unidos desde o ano passado e demonstrou resultados positivos em testes clínicos. Após setenta e seis semanas de uso, os estudos indicam uma redução significativa na progressão da demência leve. No entanto, a aprovação no Brasil deve aumentar a disponibilidade do medicamento, que até então era acessível apenas por meio de importação, encarecendo o tratamento para muitos pacientes.
Apesar dos avanços, os especialistas alertam que o uso do donanemabe ainda é limitado. O medicamento oferece poucos benefícios para pacientes em estágios moderados ou graves da doença, e a remoção das placas amiloides não é suficiente para reverter a demência, apenas desacelerando a perda cognitiva. Além disso, o tratamento pode causar efeitos adversos, que vão desde dores de cabeça até complicações mais graves, exigindo uma série de exames, como testes genéticos e exames de PET amiloide.
A acessibilidade ao Kisunla também é uma preocupação. O custo anual do tratamento nos Estados Unidos é de quase trinta e dois mil dólares, o que equivale a mais de R$ 150 mil. A experiência com a memantina, último fármaco aprovado pela Anvisa em 2011, mostra que mesmo com um custo mais baixo e menos exigências de exames, a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) levou seis anos. Eduardo Zimmer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ressalta que os próximos anos serão cruciais para avaliar o impacto do donanemabe no Brasil.
Diogo Haddad, neurologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, acredita que o Kisunla pode incentivar diagnósticos mais precoces de Alzheimer. O medicamento é indicado para pacientes com comprometimento cognitivo leve, o que pode aumentar a conscientização sobre os sinais iniciais da doença. Haddad enfatiza a importância de não desconsiderar queixas cognitivas em idosos, afirmando que é hora de mudar a percepção de que o esquecimento é normal.
Em meio a essa nova realidade, especialistas concordam que a prevenção continua sendo o melhor caminho. Paulo Caramelli, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, destaca que sessenta por cento dos casos de demência podem ser prevenidos ao abordar fatores de risco como pressão alta, tabagismo e sedentarismo. A mobilização da sociedade em torno da prevenção e do tratamento do Alzheimer pode fazer a diferença na vida de muitos brasileiros, mostrando que a união em prol de causas sociais é fundamental.

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