O lenacapavir, novo medicamento injetável aprovado pela FDA e recomendado pela OMS, oferece proteção contra o HIV com apenas duas doses anuais, com eficácia superior a 99%. A Anvisa analisa pedidos de registro.

A luta contra o HIV, causador da Aids, recebeu um importante avanço com a aprovação do lenacapavir, um novo medicamento injetável. Com apenas duas doses anuais, ele oferece uma alternativa eficaz à profilaxia pré-exposição (PrEP) oral, que requer uso diário. Desenvolvido pela Gilead Sciences, o lenacapavir foi inicialmente aprovado pela FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) para tratar casos de HIV multirresistentes e agora se destaca como uma opção preventiva.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já recomendou o uso do lenacapavir, ressaltando sua eficácia superior a 99% e a conveniência de aplicações semestrais. Embora ainda não esteja disponível no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) está analisando dois pedidos de registro com prioridade, o que pode acelerar sua introdução no país.
O funcionamento do lenacapavir é distinto dos antirretrovirais tradicionais. Ele bloqueia a formação do capsídeo viral, uma estrutura que protege o RNA do HIV, impedindo sua replicação e, consequentemente, a infecção. A aplicação é feita por injeção subcutânea, geralmente no abdômen, e a substância é liberada lentamente ao longo de seis meses, garantindo proteção contínua.
Estudos clínicos de fase três, como os realizados nos projetos PURPOSE 1 e PURPOSE 2, mostraram resultados impressionantes. No PURPOSE 1, com mais de duas mil mulheres na África Subsaariana, não houve infecções entre as participantes que receberam o medicamento. No PURPOSE 2, que envolveu mais de duas mil pessoas em vários países, incluindo o Brasil, apenas dois casos de infecção foram registrados, indicando uma eficácia de 99,9%.
Atualmente, a principal forma de PrEP disponível no Brasil é a oral, oferecida gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Embora eficaz, a adesão pode ser desafiadora devido à necessidade de uso diário. O lenacapavir surge como uma solução para esse problema, oferecendo alta eficácia e baixa frequência de aplicação. O cabotegravir, outra opção injetável já aprovada, exige aplicações bimestrais, o que ainda demanda mais visitas ao serviço de saúde.
Apesar dos avanços, o lenacapavir enfrenta desafios, principalmente em relação ao custo, que pode chegar a cerca de US$ 25 mil por ano nos Estados Unidos. Organizações como o Unaids e a OMS têm pressionado a Gilead para permitir a produção de versões genéricas e ampliar o acesso global. A expectativa é que, com a recomendação da OMS e os resultados positivos dos estudos clínicos, o lenacapavir seja incorporado aos programas nacionais de prevenção, destacando a importância da união da sociedade para apoiar iniciativas que promovam o acesso a tratamentos eficazes.

Nemolizumabe, aprovado pela FDA em 2024, mostra eficácia no alívio do prurido em diversas condições além da dermatite atópica e prurigo nodular, com pacientes relatando melhora significativa após anos de tratamento sem sucesso. A Dra. Jenny Murase destaca a importância de avaliar causas subjacentes antes da prescrição, já que muitos pacientes têm doenças que podem ser diagnosticadas.

Os testes da vacina SpiN-TEC, desenvolvida pelo CTVacinas da UFMG, mostraram segurança e eficácia na fase 2, com a fase 3 prevista para 2026 e possível liberação em 2028. A vacina promete ser um avanço significativo na imunização contra a Covid-19 no Brasil.

São Paulo registrou um aumento alarmante de 450% nos casos de febre oropouche em 2024, com 44 confirmações até agora. O Rio de Janeiro também reportou mortes, enquanto o Brasil soma 10.076 casos.

Despesas do Ministério da Saúde com medicamentos por ordens judiciais atingem R$ 2,73 bilhões em 2024, com preocupações sobre novos tratamentos, como o Elevidys, e a judicialização crescente. O governo busca alternativas para controlar gastos, mas enfrenta desafios com a judicialização e a necessidade de acesso a terapias caras e experimentais.

Gilberto Gil, em turnê de despedida, acompanha a filha Preta Gil, internada com câncer colorretal. Ela considera tratamento experimental nos EUA, dependendo de avaliações médicas.

ABRAHCT revela mapeamento das Unidades de Transição de Cuidados, com apenas 32% da demanda atendida. A Associação Brasileira de Hospitais e Clínicas de Transição (ABRAHCT) divulgou um estudo inédito sobre as Unidades de Transição de Cuidados (UTCs) no Brasil, revelando a existência de 2.573 leitos, sendo apenas 181 destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento destaca a concentração desses serviços em regiões mais desenvolvidas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e aponta uma cobertura de apenas 32% da demanda potencial. O setor, que movimenta R$ 41 milhões mensais e emprega mais de 4,7 mil profissionais, enfrenta desafios como a falta de integração entre os níveis de atenção à saúde e a escassez de profissionais especializados. A ABRAHCT propõe a criação de modelos de remuneração baseados em desempenho e a articulação de políticas públicas para melhorar a situação.