Impacto Social

Maitê Gadelha destaca o SUS como modelo de saúde pública e propõe lições para o mundo em sua experiência no Reino Unido

Maitê Gadelha, médica brasileira, destaca-se no mestrado em Saúde Pública na Universidade de Edimburgo, onde analisa o SUS como modelo global de saúde. Ela propõe que o Brasil ensine ao mundo sobre saúde comunitária e universalidade.

Atualizado em
July 1, 2025
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Profissionais de saúde usando jaleco com símbolo do SUS. Sistema Único de Saúde tem uma série de iniciativas que podem ser replicadas em outras partes do mundo, sugere médica - Fernando Frazão/Agência Brasil

A médica brasileira Maitê Gadelha, de 29 anos, tem se destacado na área de saúde pública, especialmente por sua atuação em clínicas itinerantes durante a pandemia de covid-19. Formada pela Universidade do Estado do Pará, Gadelha enfrentou desafios para encontrar uma especialização após concluir o curso de Medicina. Ela se envolveu com organizações não governamentais e trabalhos sociais, buscando entender a saúde além dos consultórios. Recentemente, foi uma das coordenadoras do UK Brazil Forum 2025, realizado na Universidade de Oxford.

Após completar uma residência em Medicina da Família e da Comunidade e um MBA no Hospital Israelita Albert Einstein, Gadelha recebeu uma bolsa do governo britânico e se mudou para a Escócia para realizar um mestrado em Saúde Pública na Universidade de Edimburgo. Seu objetivo é aprender sobre o sistema de saúde do Reino Unido e aplicar esse conhecimento no Brasil. Ela se surpreendeu ao ver o Sistema Único de Saúde (SUS) sendo reconhecido como um modelo de saúde pública na universidade escocesa.

Gadelha observou que muitos alunos desconheciam detalhes sobre o SUS, mas que professores reconheciam o Brasil como um exemplo a ser seguido. Ela destaca a Estratégia Saúde da Família (ESF) como uma das principais inovações do SUS, que envolve agentes comunitários de saúde no acompanhamento de famílias. Essa estratégia já começou a ser replicada em outros países, incluindo o NHS do Reino Unido, conforme relatado pela BBC News Brasil.

Além disso, Gadelha ressalta a universalidade do SUS, que garante acesso à saúde a todos, independentemente da nacionalidade. Ela critica o modelo de financiamento de saúde em outros países, onde os cidadãos muitas vezes precisam pagar por serviços, o que pode gerar dificuldades financeiras. A médica também menciona as parcerias público-privadas como uma inovação que o SUS pode ensinar ao mundo, destacando a importância da colaboração entre setores para melhorar a assistência à saúde.

Entretanto, Gadelha aponta que o Brasil ainda tem muito a aprender com outros países, especialmente em comunicação e sustentabilidade. Ela critica a forma como o Brasil lidou com a comunicação durante a pandemia e destaca a necessidade de discutir a transição energética e a sustentabilidade na saúde pública. A médica também enfatiza a importância de investir na educação continuada dos profissionais de saúde e na redução da carga burocrática que afeta o atendimento.

Com planos de retornar ao Brasil, Gadelha acredita que o SUS possui um potencial significativo para promover saúde de qualidade. Ela afirma que, ao integrar conhecimentos e experiências, o Brasil pode avançar ainda mais na saúde pública. A união da sociedade civil em torno de projetos que visem melhorar a saúde pode ser fundamental para transformar essa realidade e garantir que todos tenham acesso a um sistema de saúde eficaz e solidário.

Folha de São Paulo
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