Meio Ambiente

Maricultores de Angra dos Reis buscam revitalizar a produção de vieiras após crise severa

Maricultores de Angra dos Reis, RJ, enfrentam a recuperação da produção de vieiras após severa mortandade desde 2018, com um milhão de pré-sementes distribuídas em 2024 e diversificação para ostras e mexilhões.

Atualizado em
July 5, 2025
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Vieira em laboratório do IED-BIG, em Angra dos Reis (RJ) - Luciano Candisani/Divulgação/Prio

Maricultores da baía da Ilha Grande, em Angra dos Reis, no litoral sul do Rio de Janeiro, estão se esforçando para revitalizar a produção de vieiras, um dos principais produtos da região. Desde 2018, a atividade enfrentou uma severa mortandade, mas agora há sinais de recuperação. Em 2024, cerca de 1 milhão de pré-sementes foram distribuídas, resultado de investimentos em tecnologia e melhorias na qualidade da água.

A mortandade das vieiras, que são apreciadas na alta gastronomia, não possui uma explicação definitiva, mas fatores como a deterioração da qualidade da água e mudanças de temperatura estão entre as hipóteses. Felipe Barbosa, vice-presidente da Associação dos Maricultores da Baía da Ilha Grande (Ambig), destacou que a situação havia se tornado crítica, mas a recente disponibilidade de vieiras para cultivo indica uma possível recuperação.

O ciclo produtivo das vieiras pode levar de um ano a um ano e meio até que alcancem o tamanho comercial. O Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG) é responsável pela produção em laboratório e pela distribuição das sementes. Antes da crise, o instituto distribuía cerca de 1,5 milhão de unidades anualmente, mas esse número caiu para aproximadamente 30 mil durante a crise. Agora, a recuperação é visível com a distribuição de 1 milhão de pré-sementes.

As melhorias na produção estão ligadas à modernização do laboratório e à implementação de medidas para garantir a qualidade da água. O IED-BIG obteve recursos por meio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que visa compensar os impactos ambientais de um vazamento de óleo na região. A coordenadora de meio ambiente e socioeconomia da Prio, Aline Almeida, afirmou que o projeto trouxe um novo fôlego para a atividade, permitindo a aquisição de equipamentos e a realização de pesquisas.

Além da recuperação das vieiras, os produtores locais diversificaram suas atividades, aumentando a produção de ostras e mexilhões. A produção de ostras saltou de 60 dúzias em 2017 para 5.039 em 2024, enquanto a de mexilhões cresceu de 276 quilos para 947 quilos no mesmo período. Essa diversificação é vista como uma estratégia para garantir a segurança econômica dos maricultores, que enfrentaram desafios significativos nos últimos anos.

Com a recuperação das vieiras e o aumento na produção de outras espécies, a comunidade local tem a oportunidade de se reerguer. A união dos maricultores e o apoio da sociedade civil podem ser fundamentais para fortalecer a cadeia produtiva e garantir um futuro sustentável para a maricultura na região. O apoio a iniciativas locais pode fazer a diferença na recuperação e no fortalecimento da economia local.

Folha de São Paulo
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