Meio Ambiente

Marina Silva reflete sobre os desafios da política e a luta contra a violência de gênero após aprovação do PL da Devastação

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, lamenta a aprovação do PL do licenciamento ambiental, que pode causar devastação. Ela destaca a violência política de gênero e a urgência de uma mudança cultural para a proteção ambiental.

Atualizado em
July 22, 2025
Clock Icon
3
min
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva — Foto: Leo Martins / Agencia O Globo

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, manifestou sua indignação após a aprovação do Projeto de Lei (PL) do licenciamento ambiental, conhecido como PL da Devastação. A votação ocorreu na madrugada da última quinta-feira, e Silva descreveu o dia como um "luto e luta". Em uma entrevista ao GLOBO, ela abordou a violência política de gênero e a necessidade de uma mudança cultural para a proteção ambiental e a justiça social.

Durante a entrevista, Silva destacou que ser mulher na política é um grande desafio, mencionando a violência política de gênero como um obstáculo que precisa ser enfrentado. Ela afirmou que, ao longo dos anos, as mulheres aprenderam a se impor e a desenvolver sua própria linguagem política. Silva também comentou sobre a necessidade de um ambiente político mais respeitoso, onde as mulheres sejam tratadas com igualdade.

A ministra recordou sua trajetória pessoal e as dificuldades que enfrentou, incluindo a perda de sua mãe e as adversidades de sua infância. Silva enfatizou que sua experiência moldou sua visão de mundo e sua abordagem política, que é fundamentada no serviço à comunidade. Ela também mencionou a importância de respeitar a diversidade cultural e a sabedoria das comunidades tradicionais na luta pela preservação ambiental.

Silva criticou a recente aprovação do PL do licenciamento ambiental, afirmando que isso representa uma derrota para os avanços já conquistados na proteção do meio ambiente. Ela alertou que a flexibilização das regras de licenciamento pode levar a um aumento da devastação ambiental, comprometendo a biodiversidade e os recursos hídricos do Brasil. A ministra defendeu que a natureza não deve se adaptar às necessidades humanas, mas sim que os humanos devem se adaptar à natureza.

Além disso, Silva abordou a importância do Balanço Ético Global (BEG) como uma ferramenta para avaliar o cumprimento das metas do Acordo de Paris. Ela ressaltou que a COP30, que ocorrerá no Brasil, deve ser um momento de implementação das promessas feitas em encontros anteriores, enfatizando a necessidade de ações concretas para enfrentar a crise climática.

Em um momento em que a proteção ambiental se torna cada vez mais urgente, a união da sociedade civil é fundamental. Projetos que visam a preservação do meio ambiente e a promoção da justiça social precisam de apoio e mobilização. A participação ativa da população pode fazer a diferença na luta por um futuro mais sustentável e igualitário.

Leia mais

Construção civil pode se tornar mais sustentável com uso de materiais biológicos e políticas globais eficazes
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Construção civil pode se tornar mais sustentável com uso de materiais biológicos e políticas globais eficazes
News Card

Um artigo recente propõe políticas globais para aumentar o uso de materiais biológicos, como madeira, na construção civil, visando reduzir a dependência de combustíveis fósseis e melhorar a sustentabilidade do setor. Os pesquisadores destacam que, apesar de avanços pontuais, a aceitação da madeira como material principal ainda é baixa, e é necessário um plano global para promover sua utilização responsável.

Incêndios no cerrado devastam 20 milhões de hectares de vegetação nativa entre 2003 e 2020
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Incêndios no cerrado devastam 20 milhões de hectares de vegetação nativa entre 2003 e 2020
News Card

Estudo do Ipam revela que 20 milhões de hectares de vegetação nativa no cerrado foram queimados entre 2003 e 2020, com incêndios se espalhando para áreas não desmatadas, exigindo políticas urgentes de manejo do fogo.

Amazônia se prepara para a COP-30 com propostas inovadoras para aquicultura sustentável e preservação ambiental
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Amazônia se prepara para a COP-30 com propostas inovadoras para aquicultura sustentável e preservação ambiental
News Card

A COP-30, que ocorrerá em Belém, destaca a aquicultura como alternativa sustentável para a Amazônia, visando recuperar áreas degradadas e reduzir emissões de carbono. Pesquisadores de diversas instituições, incluindo a Cornell University, enfatizam a necessidade de políticas públicas para regulamentar a prática e proteger a biodiversidade local.

"Queimadas devastam 30 milhões de hectares no Brasil em 2024, com recordes na Amazônia e Mata Atlântica"
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
"Queimadas devastam 30 milhões de hectares no Brasil em 2024, com recordes na Amazônia e Mata Atlântica"
News Card

Em 2024, o Brasil registrou queimadas em 30 milhões de hectares, com a Amazônia sendo a mais afetada, totalizando 15,6 milhões de hectares queimados, um aumento alarmante de 117% em relação à média histórica. O Relatório Anual do Fogo (RAF) do MapBiomas revela que a degradação florestal, impulsionada por ações humanas e secas severas, pode levar à savanização da região.

Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece clima saudável como direito humano e exige ações urgentes dos Estados
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Corte Interamericana de Direitos Humanos reconhece clima saudável como direito humano e exige ações urgentes dos Estados
News Card

A Corte Interamericana de Direitos Humanos publicou a Opinião Consultiva 32, exigindo que Estados protejam direitos humanos frente às mudanças climáticas, com foco em grupos vulneráveis e participação cidadã.

Inovador reator cerâmico captura até 17% do CO2 de caminhões e promete revolucionar transporte sustentável
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Inovador reator cerâmico captura até 17% do CO2 de caminhões e promete revolucionar transporte sustentável
News Card

Uma nova tecnologia cerâmica, desenvolvida pela UFMG e INT, captura até 17,2% do CO2 de caminhões, com meta de 30%. O projeto visa reduzir emissões e promover economia circular com CO2 reutilizado.