Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC) revelaram dados sobre mais de 257 mil microrganismos associados a plantas Velloziaceae nos campos rupestres brasileiros. O estudo, publicado na revista Scientific Data, destaca a importância das interações microbianas na adaptação das plantas a ambientes extremos, como solos pobres em nutrientes e períodos de seca. As informações estão disponíveis em repositórios abertos, promovendo novas pesquisas e soluções biotecnológicas para a agricultura.
Pesquisadores apoiados pela FAPESP publicaram um conjunto inédito de dados sobre microrganismos associados a plantas da família Velloziaceae, revelando mais de 257 mil bactérias e arqueias nos campos rupestres brasileiros. O estudo, publicado na revista Scientific Data, representa um dos maiores esforços de caracterização do microbioma de espécies de Vellozia, abrangendo diferentes tecidos vegetais, solos e estações do ano. Os dados estão disponíveis em plataformas de acesso aberto, como JGI GOLD e GenBank.
Os campos rupestres, localizados na região central do Brasil, apresentam condições extremas, como solos pobres em nutrientes e longos períodos de seca. As plantas da família Velloziaceae desenvolveram estratégias adaptativas únicas para sobreviver nesse ambiente desafiador. O estudo focou em quatro espécies: Vellozia nivea e Vellozia tubiflora (ressurgentes) e Vellozia intermedia e Vellozia peripherica (sempre-verdes).
A pesquisadora principal Isabel Gerhardt, do Centro de Pesquisa em Genômica Aplicada às Mudanças Climáticas (GCCRC), destacou a importância de investigar as interações entre as plantas e os microrganismos associados. Segundo Bárbara Biazotti, doutoranda no GCCRC, o trabalho é pioneiro ao estudar comunidades microbianas em relação às estratégias de tolerância à seca das velózias.
Os cientistas sequenciaram 374 amostras de folhas, raízes e solo, mapeando a diversidade microbiana em cada parte. O esforço amostral abrangente resultou na identificação de uma vasta gama de microrganismos, com análises metagenômicas realizadas em diferentes períodos do ano. Os resultados sugerem que a diversidade microbiana pode variar entre os períodos seco e chuvoso, além de entre as espécies estudadas.
Além de abrigar uma flora altamente adaptada, os campos rupestres são lar para bactérias que ajudam na solubilização de fósforo, um nutriente essencial para as plantas. Estudos anteriores do GCCRC mostraram que microrganismos associados às raízes de Velloziaceae possuem mais genes relacionados à solubilização de fósforo em comparação com outras espécies. Essas bactérias são fundamentais para a sobrevivência das plantas em solos tropicais intemperizados.
O compartilhamento aberto dos dados pode beneficiar diversas áreas, desde a ecologia até a biotecnologia, possibilitando o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para a agricultura. Projetos que buscam explorar essa rica diversidade microbiana podem ser fundamentais para a criação de soluções inovadoras, contribuindo para a adaptação das práticas agrícolas às mudanças climáticas.
Fim do fenômeno La Niña foi declarado pela NOAA, com 38% de chance de retorno. Espera-se clima instável no Brasil, com chuvas irregulares e diminuição nas precipitações no Norte e Nordeste.
A exposição “Olhar ao Redor” foi inaugurada na Biblioteca Nacional, destacando a biodiversidade da Ilha do Bom Jesus. A mostra, com entrada gratuita até junho, visa conscientizar sobre os impactos da urbanização.
Governo de São Paulo disponibiliza R$ 2,5 milhões para pescadores afetados. A linha de crédito emergencial, com juros zero, visa mitigar os impactos da mortandade de peixes no Rio Tietê.
II Fórum de Programas de Fauna, promovido pelo Ibama, reuniu 100 especialistas em Brasília e 3.500 online para discutir licenciamento ambiental e biodiversidade. Iniciativas mostraram resultados positivos na conservação.
André Clark, da Siemens Energy, ressalta a relevância da COP-30 no Brasil para abordar mudanças climáticas e segurança energética, destacando o papel do país em energias renováveis e a necessidade de adaptação.
A organização A Vida no Cerrado (Avinc) promove a valorização e preservação do Cerrado, com foco em educação socioambiental e políticas públicas. Fundada durante a pandemia, a Avinc já conta com 46 voluntários e conquistou a inclusão da Semana do Cerrado no calendário escolar, visando conscientizar sobre a importância desse bioma.