O Ministério da Integração anunciou a privatização da transposição do Rio São Francisco, gerando preocupações sobre o custo da água e a infraestrutura necessária para abastecer o Nordeste. Especialistas criticam a medida, destacando que a obra prioriza interesses econômicos em detrimento das comunidades vulneráveis.
A transposição do Rio São Francisco, um projeto idealizado por Dom Pedro II, será privatizada após quase duas décadas de obras. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou a publicação do edital para a parceria público-privada em agosto de 2025, com leilão previsto para novembro. A iniciativa visa atender a doze milhões de habitantes em 390 municípios nordestinos, mas gera preocupações sobre o aumento do custo da água e a falta de infraestrutura de bombeamento.
Os canais da transposição, que atravessam os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, estão praticamente prontos, mas a entrega à iniciativa privada levanta críticas. Especialistas, como Cícero Félix, da Articulação do Semiárido (ASA), afirmam que a privatização prioriza interesses econômicos em detrimento das comunidades vulneráveis. Ele destaca que o foco do projeto sempre foi expandir a fruticultura irrigada e a indústria, não atender as famílias no Semiárido.
Eduardo Tavares, secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do MIDR, informou que a empresa concessionária investirá US$ 2,76 bilhões, superando os R$ 14 bilhões gastos pelo governo federal. Os governadores dos estados beneficiados devem oferecer contrapartidas para garantir recursos adicionais. A estrutura será operada por dois sistemas paralelos, sem relação direta entre os estados e o concessionário, o que, segundo Tavares, traria mais segurança ao processo.
Por outro lado, Roberto Malvezzi, da Comissão Pastoral da Terra, critica a privatização, afirmando que a população arcará com os custos, enquanto o abastecimento industrial precisará de subsídios. Ele também ressalta a necessidade de revitalização do rio, que perdeu 40% de seu volume hídrico. João Suassuna, da Fundação Joaquim Nabuco, alerta que o rio já está exaurido e não pode suportar as retiradas previstas sem comprometer o abastecimento das comunidades ribeirinhas.
Além da falta de infraestrutura de bombeamento, a evaporação nos canais abertos contribui para a perda de água. João Ferreira Neto, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remanso, critica a Codevasf por não concluir obras essenciais na região. Ele afirma que a população depende de cisternas para captação de água da chuva, pois a transposição ainda não trouxe água encanada para muitos locais.
O projeto de transposição, embora tenha levado água a grandes centros urbanos, ainda não atende a muitas comunidades menores. A falta de infraestrutura necessária para levar a água até o destino final continua sendo um desafio. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que busquem garantir o acesso à água e promover a recuperação ambiental na região, beneficiando aqueles que mais precisam.
Em novembro de 2025, o Brasil será palco da COP 30 e do Prêmio Earthshot, promovido pelo Príncipe William, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, destacando soluções ambientais inovadoras.
A plataforma "Chico Vive" do Estúdio Escarlate visa revitalizar o legado de Chico Mendes com um longa-metragem, um documentário e um prêmio para jovens líderes ambientais. A CEO Joana Henning destacou o acesso exclusivo ao acervo de Adrian Cowell, que inclui registros históricos da Amazônia. O prêmio ocorrerá em 23 de outubro, reunindo importantes figuras do meio ambiental e cultural.
Microplásticos foram detectados em órgãos humanos, como cérebro e testículos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e inflamações crônicas, conforme estudos recentes. A urgência da situação é alarmante.
Cientistas da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) assinaram um manifesto contra o projeto de lei que afrouxa a Lei de Licenciamento Ambiental, alertando para retrocessos na proteção ambiental e na emergência climática.
O Brasil avança nas negociações do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que pode captar até R$ 5 bilhões anuais, com assinatura prevista na COP30 em Belém. O fundo visa transformar o financiamento para a conservação florestal, envolvendo países investidores e comunidades tradicionais.
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