Meio Ambiente

Mineração adota pilhas de rejeito como alternativa mais segura às barragens após tragédias em Minas Gerais

Após as tragédias de Brumadinho e Mariana, mineradoras adotam pilhas de rejeito, armazenando 70% dos resíduos da Vale dessa forma. Contudo, falta regulamentação e fiscalização para garantir segurança.

Atualizado em
July 6, 2025
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Pilhas de rejeitos também são chamadas de empilhamento a seco — Foto: Arte g1

As tragédias de Brumadinho e Mariana, que resultaram na morte de quase 300 pessoas, geraram uma crescente preocupação sobre a segurança das barragens de rejeitos na mineração. Em resposta a esses desastres, as mineradoras estão adotando pilhas de rejeito como alternativa mais segura, com setenta por cento dos rejeitos da Vale armazenados dessa forma. Contudo, a falta de regulamentação adequada para essas estruturas ainda é uma preocupação significativa.

Os rejeitos são o material resultante da lavagem do minério, que pode ser depositado em barragens ou em pilhas. As barragens, que misturam os rejeitos com água, foram proibidas no Brasil após a tragédia de Brumadinho, devido ao seu alto risco de acidentes. Por outro lado, as pilhas de rejeito são formadas pelo material seco, que é drenado e empilhado, apresentando menor potencial de dano em caso de rompimento.

Atualmente, o Brasil possui mais de três mil pilhas de rejeito, sendo 232 exclusivamente de rejeitos, com destaque para a mineração de ferro e ouro, que geram substâncias tóxicas. Dados da Vale indicam que a proporção de rejeitos armazenados em pilhas aumentou de quarenta por cento em 2014 para setenta por cento atualmente. A Samarco, envolvida no rompimento da barragem em Mariana, também adotou a filtragem e empilhamento de cerca de oitenta por cento de seus rejeitos desde 2020.

Embora as pilhas de rejeito sejam consideradas menos perigosas que as barragens, a falta de fiscalização e transparência sobre suas dimensões gera preocupação. O engenheiro Júlio Grillo, ex-superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de Minas Gerais, destaca que o material seco tende a se acomodar mais rapidamente, mas ainda apresenta riscos devido à umidade residual.

As pilhas de rejeito, apesar de serem mais estáveis que as barragens, carecem de regulamentação e protocolos de fiscalização. O governo federal planeja estabelecer regras até 2026, mas a urgência da situação exige ações imediatas para garantir a segurança das comunidades afetadas pela mineração.

Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos. Projetos que visam a segurança e a recuperação das áreas afetadas pela mineração devem ser estimulados pela sociedade civil, promovendo um ambiente mais seguro e sustentável para todos.

G1 - Meio Ambiente
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