Relatório aponta vulnerabilidade climática em regiões mineradoras do Brasil. Observatório da Mineração destaca riscos sociais e ambientais na extração de lítio, cobre e cobalto.

O Brasil se destaca como um dos principais produtores de minerais essenciais para a transição energética, como lítio, cobre e cobalto, concentrando sua produção em estados como Minas Gerais, Pará, Goiás e Bahia. Contudo, um novo relatório do Observatório da Mineração alerta para a alta vulnerabilidade climática dessas regiões, que enfrentam riscos significativos devido às mudanças climáticas e potenciais conflitos sociais. O documento, intitulado "Riscos Climáticos Cumulativos para Minerais de Transição no Brasil", foi divulgado recentemente.
O relatório indica que até dois mil e trinta, os quatro estados mencionados devem sofrer alterações drásticas nos padrões climáticos, incluindo mudanças nos regimes de temperatura e precipitação. Essas alterações podem impactar diretamente a extração mineral, que é considerada vital para a sustentabilidade ambiental e a transição energética. Maurício Angelo, diretor do Observatório, enfatiza que a expansão da mineração não ocorre sem consequências, desafiando a ideia de que a extração de minerais de transição é sempre sustentável.
A engenheira ambiental Juliana Siqueira-Gay, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), reforça essa visão, afirmando que a mineração continua a ser extrativista e poluente, independentemente do mineral extraído. O relatório também destaca que a combinação de longos períodos de seca e chuvas irregulares pode aumentar a insegurança em relação a barragens de rejeito, colocando em risco a saúde e segurança de trabalhadores e comunidades locais.
O Pará, segundo maior produtor mineral do Brasil, é o estado mais vulnerável a conflitos sociais relacionados a impactos climáticos, conforme o relatório. Angelo observa que as comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas são as mais afetadas por esses riscos, que incluem desmatamento e pressão sobre áreas protegidas. A necessidade de um planejamento estratégico na mineração é urgente, considerando que o Brasil já possui reservas de nióbio suficientes para os próximos duzentos anos.
O estudo, realizado com o apoio da consultoria britânica TMP, utilizou dados do último relatório do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para analisar os riscos climáticos e sociais. Justin Muhl, responsável pelas análises, destaca que as previsões são baseadas em cenários conservadores, comparando o aquecimento global atual com um futuro próximo de um aumento de um grau e meio Celsius.
Essas informações ressaltam a importância de um licenciamento ambiental mais rigoroso e de ferramentas que avaliem os impactos cumulativos da mineração. A sociedade civil deve se mobilizar para apoiar iniciativas que promovam uma mineração responsável e sustentável, garantindo que os direitos das comunidades afetadas sejam respeitados. A união em torno de projetos que visem a proteção ambiental e social pode fazer a diferença em um cenário tão desafiador.

No painel da 9ª edição do Aberje Trends, especialistas discutiram os desafios da comunicação corporativa em ESG, abordando greenwashing e greenhushing, e a influência da COP30 nas estratégias das empresas.
Uma tartaruga-de-couro foi vista desovando na Praia de Jacaraípe, na Serra, em um período atípico. O Ipram coletou material genético e isolou a área para proteger o animal. A fêmea, que mede cerca de 1,5 metro, é a terceira a ser registrada na praia, mas a primeira a desovar. O biólogo Alexsandro Santos destaca que a desova fora da época habitual não indica problemas de saúde.

Os alertas de desmatamento na Amazônia aumentaram 4% no último ano, com o Pará liderando as perdas. A ministra Marina Silva reafirmou a meta de desmatamento zero até 2030, enquanto o Cerrado teve redução de 20,8%.

O Ministério de Minas e Energia do Brasil anunciou o aumento da mistura de etanol na gasolina para 30% e de biodiesel no diesel para 15%, com início em agosto de 2025. Essa medida, esperada pelo mercado, deve impulsionar os preços das commodities e reforçar o compromisso do governo com combustíveis renováveis. A expectativa é que a demanda por biodiesel cresça em 3,1%, enquanto o etanol pode equilibrar o mercado, especialmente com a produção de etanol de milho no Centro-Oeste.

Câmara dos Deputados aprova o Projeto de Lei nº 2159/21, que flexibiliza o licenciamento ambiental, gerando críticas de ambientalistas e preocupações sobre desmatamento e impactos sociais. A proposta segue para sanção presidencial.

Desabamento do aterro sanitário Ouro Verde em Padre Bernardo (GO) contamina Córrego de Santa Bárbara, levando à proibição do uso da água na área. ICMBio embarga o local e aplica multa de R$ 1 milhão.