Impacto Social

Museu Afro Brasil nomeia Flávia Martins como nova diretora executiva em meio a reestruturação e críticas internas

O Museu Afro Brasil anunciou a nomeação de Flávia Martins como nova diretora executiva, buscando aumentar a diversidade racial e a presença de mulheres negras em cargos de liderança. A mudança ocorre após a saída polêmica de Hélio Menezes, que criticou a falta de transparência e diversidade na instituição, gerando um manifesto de apoio de quase oitocentas personalidades. A gestão atual visa responder às críticas com uma nova configuração, incluindo maior representação de mulheres negras em áreas estratégicas.

Atualizado em
July 31, 2025
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Da esq. para dir., Jandaraci Ferreira de Araujo, Anna Gabriela Ferreira, Flávia Martins e Patrícia Albuquerque - João Liberato/Divulgação

O Museu Afro Brasil Emanoel Araujo anunciou a nomeação de Flávia Martins como nova diretora executiva em um momento de reestruturação, visando aumentar a presença de mulheres negras em cargos de liderança. A decisão ocorre após a saída conturbada de Hélio Menezes, que criticou a falta de diversidade e transparência na instituição. Menezes alegou ter sido demitido enquanto se recuperava de um problema de saúde, interrompendo compromissos curatoriais até 2026.

A crise se intensificou com a renúncia de dois conselheiros, o jornalista Wellinton Souza e a artista visual Rosana Paulino, que pediam maior coerência entre o discurso e a estrutura de poder do museu. O conselho contava com onze integrantes, sendo sete brancos. Um mês após a demissão de Menezes, quase oitocentos artistas e intelectuais assinaram um manifesto em sua defesa, incluindo nomes renomados da cultura brasileira e internacional.

Em resposta às críticas, o Museu Afro Brasil afirmou que a demissão de Menezes ocorreu por "critérios técnicos" e que não foi possível chegar a um acordo que equilibrasse suas expectativas com os limites orçamentários. A instituição também mencionou que ofereceu a ele a possibilidade de continuar como curador, mas não obteve resposta.

Souza contestou a versão oficial, afirmando que Menezes trabalhou por mais de um ano sem contrato formal e com salário abaixo do mercado. Ele questionou a competência do conselho em formalizar um contrato com um dos principais curadores do país. A nova gestão busca responder a essas críticas com uma configuração que inclui maior presença de mulheres negras em cargos estratégicos.

Flávia Martins, a nova diretora-executiva, possui um currículo robusto, com experiências em organizações como o Pacto Global da ONU e Telefônica. Ela é pós-graduada em marketing e autora de doze livros, tendo recebido o prêmio Ketchum Catalyst em 2021 por sua liderança transformadora. A nova configuração da gestão executiva e dos conselhos do museu inclui nomes como Ana Beatriz do Nascimento e Zélia Peixoto, reforçando o compromisso com a diversidade.

Essa reestruturação no Museu Afro Brasil representa uma oportunidade para a sociedade civil se mobilizar em apoio a iniciativas que promovam a diversidade e a inclusão. Projetos que buscam fortalecer a presença de vozes diversas na cultura merecem ser incentivados e apoiados, contribuindo para um ambiente mais justo e representativo.

Folha de São Paulo
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