Pau-brasil, essencial para a música, enfrenta risco de extinção. Proposta de proteção na Cites será votada no Uzbequistão, com apoio de especialistas e necessidade de políticas públicas eficazes.

O pau-brasil, símbolo nacional e crucial na fabricação de arcos de instrumentos de corda, enfrenta um grave risco de extinção. Nativo da Mata Atlântica, essa madeira é insubstituível para músicos profissionais, especialmente na confecção de arcos de violinos. Sua perda comprometeria séculos de tradição musical e artesanal. A Associação Nacional da Indústria da Música, que representa os archeteiros — artesãos que produzem esses arcos —, se une a universidades e instituições públicas em esforços de preservação.
No Espírito Santo, desde dois mil e seis, milhares de mudas de pau-brasil têm sido plantadas por meio do Programa de Fomento Florestal, uma parceria entre o Instituto Verde Brasil, o governo estadual e o Incra. A Universidade Federal do Espírito Santo realiza pesquisas sobre a densidade da madeira e características genéticas que favorecem seu uso industrial. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro também é um exemplo de manejo sustentável da espécie, mas ainda há necessidade de políticas públicas eficazes.
Para garantir a preservação do pau-brasil, duas frentes são essenciais. A primeira é facilitar o avanço das pesquisas com árvores reflorestadas, eliminando barreiras burocráticas. A segunda é apoiar a inclusão do pau-brasil nativo no Anexo I da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres), que conferiria máxima proteção à espécie. Essa proposta será votada na próxima conferência no Uzbequistão, entre vinte e quatro de novembro e cinco de dezembro.
Além disso, a madeira reflorestada deve ser mantida no Anexo II, permitindo seu uso legal e sustentável. Mais de cinquenta representantes de universidades, centros de pesquisa, luthiers, músicos e orquestras assinaram a “Carta de Vitória”, que foi enviada a autoridades brasileiras e internacionais. O documento reafirma o compromisso do setor com a sustentabilidade e a necessidade de normas claras para o uso da madeira.
Apesar dos avanços, a proposta brasileira enfrenta resistência internacional, muitas vezes devido ao desconhecimento da realidade. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desempenha seu papel, mas é crucial considerar as especificidades do mercado musical. A atenção se concentra em pessoas físicas envolvidas em crimes ambientais, enquanto compradores estrangeiros que financiam o tráfico da madeira permanecem ignorados.
O futuro da indústria musical e da música clássica depende das decisões que tomarmos agora. Proteger a floresta é essencial, mas também é vital apoiar quem planta e produz legalmente. O Brasil tem a chance de liderar um modelo que una conservação ambiental e desenvolvimento. A madeira que deu nome ao nosso país deve continuar a emocionar plateias em todo o mundo, simbolizando cultura e respeito ao meio ambiente. A união da sociedade pode ser um passo importante para garantir a preservação do pau-brasil e a continuidade de sua tradição musical.

O BNDES se destaca como o maior financiador de ônibus elétricos da América Latina, com R$ 3,8 bilhões aprovados em 2023, promovendo uma economia de baixo carbono e impulsionando a indústria nacional.
O Ibama promoveu um workshop sobre geotecnologias para recuperação ambiental, reunindo especialistas e resultando na criação de um instrumento normativo para uso de drones. A iniciativa visa aprimorar a governança e eficácia nas ações de recuperação.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou a utilização de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) para reconstruir a infraestrutura após as enchentes de 2024. O estado destinará R$ 14 bilhões, que deixará de pagar à União até 2027, para investimentos em resiliência climática, visando ampliar obras sem onerar os usuários.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou 63 dispositivos do projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, priorizando a proteção ambiental e os direitos indígenas. O governo enviou um novo projeto ao Congresso para corrigir lacunas.
O Ministério do Meio Ambiente criticou o Projeto de Lei 2.159/2021, que altera o licenciamento ambiental, alegando riscos à segurança ambiental e violação de direitos constitucionais. A proposta, que tramita há mais de 20 anos, pode desburocratizar processos, mas ambientalistas alertam para possíveis danos a comunidades tradicionais e à gestão socioambiental.

Oito pessoas foram presas em Duque de Caxias, RJ, durante operação do Ibama e da Polícia Civil contra o tráfico de fauna, resultando na apreensão de 313 caranguejos, 6 saguis e outros animais. Um sagui e uma jiboia morreram devido a maus-tratos.