Educação

Pesquisadores criam dispositivo vestível que aumenta a segurança de pessoas com deficiência visual durante caminhadas

Pesquisadores da Unesp e Ufes criaram o NavWear, um dispositivo vestível que usa sinalizadores táteis para ajudar na locomoção de pessoas com deficiência visual, aumentando sua autonomia e segurança.

Atualizado em
April 10, 2025
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Os componentes são armazenados na mochila, que pode ser utilizada também para o transporte de pertences do usuário (foto: divulgação)

Pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp) e Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram um novo dispositivo vestível, chamado NavWear, para auxiliar na locomoção de pessoas com deficiência visual. O equipamento utiliza sinalizadores táteis que alertam os usuários sobre a presença de obstáculos, promovendo maior autonomia e segurança durante caminhadas. O sistema, que se integra a uma mochila, é equipado com uma câmera de sensor RGB de profundidade e uma unidade de processamento de imagens, incluindo um processador Jetson Nano.

O dispositivo foi projetado para ser funcional e confortável, permitindo que os usuários transportem seus pertences. Os fios do sistema passam pela mochila e pelas alças, que vibram conforme a proximidade de obstáculos. Se um obstáculo estiver à esquerda, vibra o lado esquerdo; se à direita, vibra o lado direito; e se à frente, ambos os lados vibram. Aline Darc Piculo dos Santos, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e de Design da Universidade de São Paulo (FAU-USP), é a primeira autora do artigo que descreve a pesquisa.

A escolha pelo feedback tátil em vez de avisos sonoros se deve ao fato de que a informação auditiva é crucial para a orientação de pessoas com deficiência visual. O objetivo principal do NavWear é complementar a bengala, que só detecta obstáculos abaixo da linha da cintura. O protótipo foi desenvolvido durante o doutorado de Santos na Unesp e contou com apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).

Os pesquisadores realizaram um estudo preliminar com onze adultos com deficiência visual e um profissional especializado em orientação e mobilidade. Os participantes expressaram preocupações sobre segurança em ambientes externos e a dificuldade em identificar obstáculos não detectados pela bengala. O protótipo foi avaliado em termos de usabilidade e percepção de observadores, mostrando que o uso combinado das tecnologias resultou em menos colisões e maior sensação de segurança.

Embora o estudo tenha sido limitado pela impossibilidade de testar o protótipo com indivíduos cegos devido à pandemia de COVID-19, os resultados são promissores. Eles destacam o potencial do dispositivo para uso em ambientes externos, mesmo que não possam ser generalizados para todos os usuários com deficiência visual. O artigo completo sobre o NavWear pode ser encontrado na revista Disability and Rehabilitation: Assistive Technology.

Iniciativas como a do NavWear são fundamentais para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência visual. A sociedade civil pode desempenhar um papel importante em apoiar projetos que visem a inclusão e a autonomia desses indivíduos, promovendo a criação de soluções inovadoras e acessíveis.

Agência FAPESP
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