Meio Ambiente

Pesquisadores descobrem jequitibá-rosa de 65 metros na Mata Atlântica, a maior árvore da região

Pesquisadores descobriram um jequitibá-rosa de 65 metros na Reserva Biológica Mata Escura, em Minas Gerais, destacando a importância da conservação para a biodiversidade. A tecnologia foi essencial para essa descoberta.

Atualizado em
May 27, 2025
Clock Icon
3
min
Copa do jequitibá-rosa mais alto da mata atlântica encontrado na Reserva Biológica Mata Escura em Minas Gerais - Divulgação/ICMBio

Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) descobriram um jequitibá-rosa com 65 metros de altura na Reserva Biológica Mata Escura, em Minas Gerais. Essa árvore, maior que o Cristo Redentor, é considerada a mais alta da Mata Atlântica. A descoberta, realizada em fevereiro durante uma expedição para monitorar macacos muriqui (Brachyteles hypoxanthus), destaca a importância da conservação ambiental para a biodiversidade, já que grandes árvores oferecem abrigo a diversas espécies.

A expedição foi parte da Meta Florestal da Vale, em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). No Dia Nacional da Mata Atlântica, especialistas ressaltam o papel das reservas biológicas na sobrevivência desse bioma, que atualmente possui apenas 24% da vegetação original, segundo a Fundação SOS Mata Atlântica. O engenheiro florestal Thiago de Oliveira enfatiza que a conservação do jequitibá-rosa é vital para a manutenção da biodiversidade.

O jequitibá-rosa, além de sua altura impressionante, é uma das árvores mais antigas do Brasil. O exemplar mais velho, conhecido como Patriarca, localizado em São Paulo, tem entre 600 e 900 anos. Essa espécie sobrevive devido à sua baixa demanda econômica, conforme explica Fabiano Melo, da UFV. A tecnologia desempenhou um papel crucial na descoberta, com o uso de drones equipados com sensores infravermelhos que identificam animais nas copas das árvores.

Os drones, que combinam câmeras térmicas e coloridas, foram essenciais para localizar o jequitibá-rosa. Durante a busca, a temperatura elevada destacou a copa da árvore, facilitando sua identificação. A medição da altura foi realizada com um drone menor, que voou do pé da árvore até a folha mais alta, confirmando os 65 metros. Essa descoberta superou o recorde anterior de 64 metros, registrado em Ubatã, na Bahia.

A tecnologia utilizada na expedição não apenas ajudou a identificar o jequitibá, mas também permitiu a descoberta de espécies ameaçadas, como o ouriço preto (Chaetomys subspinosus). Além disso, os drones são úteis na identificação e quantificação de espécies arbóreas e no combate a incêndios florestais, conforme destaca Thiago de Oliveira.

Essa descoberta ressalta a necessidade de ações efetivas para a preservação da Mata Atlântica. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a conservação desse bioma e a proteção de suas espécies. Projetos voltados para a preservação ambiental devem ser incentivados, garantindo um futuro mais sustentável para a biodiversidade brasileira.

Folha de São Paulo
Quero ajudar

Leia mais

Geomit e CMAA firmam parceria para implantar planta de biometano em Minas Gerais a partir de resíduos da cana-de-açúcar
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Geomit e CMAA firmam parceria para implantar planta de biometano em Minas Gerais a partir de resíduos da cana-de-açúcar
News Card

A Geomit, joint venture da Mitsui Gás e Energia do Brasil e da Geo biogas & carbon, firmou um memorando com a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool para construir uma planta de biogás em Uberaba (MG). O projeto utilizará resíduos da cana-de-açúcar, como vinhaça e bagaço, para produzir biometano, contribuindo para a sustentabilidade e o escoamento do gás renovável na região.

Cientistas descobrem microplásticos em placentas e cordões umbilicais de gestantes em Maceió
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Cientistas descobrem microplásticos em placentas e cordões umbilicais de gestantes em Maceió
News Card

Cientistas da Universidade Federal de Alagoas e da University of Hawai’i at Mānoa detectaram microplásticos em placentas e cordões umbilicais de gestantes em Maceió, a primeira ocorrência na América Latina, com riscos à saúde fetal.

Capivaras nascem na Lagoa Rodrigo de Freitas e celebram avanço do Projeto Manguezal da Lagoa
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Capivaras nascem na Lagoa Rodrigo de Freitas e celebram avanço do Projeto Manguezal da Lagoa
News Card

O nascimento de quatro capivaras na Lagoa Rodrigo de Freitas é um marco do "Projeto Manguezal da Lagoa", que visa restaurar a fauna local. O biólogo Mário Moscatelli celebra o sucesso da iniciativa e o aumento de espécies como os socozinhos.

Estudo revela a evolução da poluição por metais em São Paulo a partir de sedimentos do Lago das Garças
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Estudo revela a evolução da poluição por metais em São Paulo a partir de sedimentos do Lago das Garças
News Card

Estudo revela a evolução da poluição por metais no Lago das Garças, destacando a queda do chumbo após 1986 e a persistência de outros metais, reforçando a necessidade de políticas ambientais eficazes.

Crise climática pode reduzir drasticamente a recarga de aquíferos no Brasil, alerta estudo da USP e Inpe
Meio Ambiente
Clock Icon
4
min
Crise climática pode reduzir drasticamente a recarga de aquíferos no Brasil, alerta estudo da USP e Inpe
News Card

Estudo revela que a crise climática pode reduzir a recarga dos aquíferos no Brasil, afetando a água subterrânea, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, com consequências alarmantes para a população. Cientistas do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais alertam que a recarga pode diminuir até 666 milímetros por ano, impactando a oferta de água para 112 milhões de brasileiros.

Colossal Foundation e Re:wild financiam conservação do mico-leão-preto com US$ 50 mil no Brasil
Meio Ambiente
Clock Icon
3
min
Colossal Foundation e Re:wild financiam conservação do mico-leão-preto com US$ 50 mil no Brasil
News Card

O Programa de Conservação do Mico-leão-preto, liderado pelo IPÊ, recebeu US$ 50 mil do Fundo de Reintrodução de Espécies, permitindo novas translocações e um censo populacional na Fazenda Mosquito. A iniciativa visa fortalecer a população da espécie ameaçada e restaurar a biodiversidade da Mata Atlântica.