Meio Ambiente

Poluição sonora em Brasília gera estresse e insônia, mas soluções ainda são escassas

Em 2024, Brasília registrou 6.745 queixas de poluição sonora, com o Plano Piloto sendo a área mais afetada. O Detran-DF intensificou a fiscalização, resultando em um aumento de 33% nas autuações.

Atualizado em
July 21, 2025
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Estresse, irritação, prejuízos na comunicação e complicações do sono são alguns dos danos que a poluição sonora pode causar à saúde - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A poluição sonora em Brasília se tornou uma questão alarmante, com um aumento significativo nas queixas. Em 2024, foram registradas 6.745 reclamações relacionadas ao ruído, com o Plano Piloto sendo a área mais afetada. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) intensificou a fiscalização, resultando em um aumento de 33% nas autuações por poluição sonora em comparação ao ano anterior. Essa situação reflete um problema que afeta a saúde e o bem-estar da população.

O último Mapa de Ruído de Brasília, elaborado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), data de 2013. Na época, 7,3% da população relatou incômodo com o barulho do tráfego, e 3,2% apresentaram sintomas como distúrbios do sono. Atualmente, o Ibram não realiza novos estudos sobre o tema, o que dificulta a atualização dos dados e a implementação de soluções eficazes.

Gustavo Souto Maior, ex-presidente do Ibram e professor de gestão ambiental da Universidade de Brasília (UnB), destaca que as reclamações sobre barulho ainda representam 70% do total de registros recebidos pela autarquia. Ele observa que, no primeiro semestre de 2024, a média de queixas foi de 37 por dia, evidenciando a gravidade do problema no cotidiano dos cidadãos.

As normas estabelecidas pela Lei Distrital nº 4.092/2008, que limitam os níveis de ruído a 55 decibéis durante o dia e 50 à noite, são frequentemente desrespeitadas. Souto Maior sugere que Brasília poderia adotar medidas de outras cidades, como radares de ruído em Paris e barreiras verdes em Londres, para mitigar os impactos da poluição sonora.

Moradores de áreas afetadas, como Cleide da Mata, que vive na W3 Sul, relatam estresse e insônia devido ao barulho constante. A produtora de eventos Lorraine Meirelles também aponta as motos como uma das principais fontes de ruído, sugerindo que mudanças estruturais, como a ampliação do metrô e o incentivo a veículos elétricos, poderiam ajudar a resolver o problema.

O Ibram informa que segue a metodologia da norma técnica ABNT NBR 10.151 para medir os níveis de ruído. As regiões mais afetadas incluem o Plano Piloto, Ceilândia, Planaltina e Taguatinga. A população pode registrar denúncias de ruído excessivo através do telefone 162 ou pelo site Participa DF. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem melhorar a qualidade de vida e reduzir os impactos da poluição sonora na cidade.

Correio Braziliense
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