Termo de compromisso entre ICMBio e comunidade guarani no Paraná permite permanência em terras sobrepostas a reserva biológica, gerando protestos de entidades conservacionistas. A gestão indígena é reconhecida como essencial para a conservação das florestas.
Ninguém conserva as florestas brasileiras como os povos indígenas, que têm um papel fundamental na proteção da biodiversidade. Essa afirmação é respaldada por pesquisas científicas que demonstram a importância das práticas sustentáveis desses grupos. Os povos indígenas, como os guaranis, não se veem como os únicos guardiões das florestas, mas compartilham essa responsabilidade com todos os seres que habitam o território. Sua presença é essencial para a conservação, e isso deve ser reconhecido, mesmo em áreas de proteção integral.
Recentemente, um termo de compromisso foi assinado entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e uma comunidade guarani no Paraná. O acordo permite que os indígenas permaneçam na Terra Indígena Kuaray Haxa, que se sobrepõe à Reserva Biológica Bom Jesus. Essa decisão gerou protestos de entidades conservacionistas, surpreendendo muitos, já que a gestão indígena em áreas de conservação integral é uma prática reconhecida e recomendada por organizações internacionais.
Estudos, como os da Plataforma Intergovernamental da Biodiversidade (IPBES), demonstram que a gestão compartilhada entre indígenas e conservacionistas é benéfica. Em 2021, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) destacou o Brasil como um exemplo promissor nesse contexto. O parecer vinculante 175, firmado pelo ICMBio e Advocacia Geral da União (AGU), também reforça essa orientação, evidenciando a importância da presença indígena na conservação ambiental.
A história da Mata Atlântica, o bioma mais biodiverso do mundo, está intrinsecamente ligada à presença indígena. A vegetação que conhecemos hoje é resultado de práticas tradicionais de manejo, como os roçados. O sambaqui de Capelinha, com nove mil anos, é um exemplo da rica herança cultural e ambiental dos povos indígenas na região. A presença contínua dos guaranis e de outros grupos indígenas é vital para a preservação desses ecossistemas.
Um estudo do Instituto Socioambiental (ISA) revela que as terras indígenas na Mata Atlântica não apenas protegem contra o desmatamento, mas também favorecem a regeneração de áreas degradadas. Entre dois mil e um e dois mil e vinte e um, houve um aumento médio de vinte e dois por cento na regeneração da cobertura vegetal. Na área ao redor da aldeia Kuaray Haxa, esse ganho foi ainda maior, com quase vinte e oito por cento de aumento na floresta entre dois mil e sete e dois mil e dezessete.
As unidades de conservação na Mata Atlântica frequentemente incluem terras guaranis, que têm sido preservadas ao longo dos anos. A gestão dessas áreas deve incorporar os conhecimentos e práticas dos guaranis, que entendem a importância de proteger a floresta. A comunidade de Kuaray Haxa expressa seu compromisso em cuidar do território, garantindo que as futuras gerações possam viver em harmonia com a natureza. Nessa situação, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a preservação ambiental e o respeito aos direitos dos povos indígenas.
Após dois anos de emergência humanitária na Terra Indígena Yanomami, a operação contra o garimpo reduziu a atividade ilegal em 96,5%, mas a malária aumentou 10%. O número de mortes indígenas caiu 21% em 2024, refletindo dados de anos anteriores.
Indústrias de tabaco, álcool e alimentos ultraprocessados são responsáveis por doenças crônicas e degradação ambiental, com novas medidas tributárias visando reduzir seu consumo. Especialistas pedem ampliação das ações.
Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) revela que o calor nas periferias de São Paulo é até 9 ºC mais intenso que em bairros nobres, evidenciando desigualdade socioeconômica e riscos à saúde.
A Natura participará da COP-30 em Belém, destacando a bioeconomia e suas metas de descarbonização. A empresa, com forte vínculo com comunidades amazônicas, busca promover a regeneração e a justiça social. Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade, enfatiza que a urgência climática exige ações além da sustentabilidade, como restaurar ecossistemas e reduzir desigualdades. A Natura se compromete a usar apenas embalagens sustentáveis até 2030 e a zerar suas emissões líquidas de carbono no mesmo ano. A participação na COP-30 visa amplificar a agenda socioambiental brasileira e mostrar que é possível unir conservação e lucratividade, destacando a Amazônia como um polo de prosperidade.
Representantes afrodescendentes de 16 países da América Latina e Caribe lançaram a "Declaração de Brasília", exigindo mais participação na COP30 e destacando suas contribuições e desafios climáticos.
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou investimentos de R$ 491,3 milhões para a transposição do rio São Francisco em Pernambuco e criticou o governo anterior por paralisias em obras. Durante visitas ao Nordeste, Lula enfatizou a importância de garantir que a água chegue às casas e prometeu não permitir retrocessos. Ele destacou que a transposição é uma "redenção de um povo" e que a obra deve ser concluída até 2028.