Emissões da produção de carne bovina no Brasil superam limites climáticos. Estudo revela que, até 2030, o setor pode emitir até 0,63 GtCO2e, muito acima da meta de 0,26 GtCO2e, com perdas potenciais de até US$ 42,6 bilhões.
Um estudo recente revela que a produção de carne bovina no Brasil, essencial para a economia, é também uma das principais fontes de emissões de gases de efeito estufa. As emissões do setor podem variar entre 0,42 e 0,63 gigatoneladas de CO2 equivalente (GtCO2e) até 2030, superando o limite de 0,26 GtCO2e estabelecido para cumprir as metas climáticas internacionais. Essa pesquisa foi publicada na revista Environmental Science and Pollution Research.
As autoras do estudo, incluindo a bióloga Mariana Vieira da Costa, destacam que a adoção de estratégias de mitigação pode evitar perdas econômicas de até US$ 42,6 bilhões, além de aumentar a competitividade do setor. O compromisso do Brasil no Acordo de Paris, conhecido como Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), visa reduzir as emissões em 43% até 2030 em comparação a 2005.
O estudo também ressalta que o Brasil enfrentou um aumento significativo nas temperaturas, com 2024 sendo o ano mais quente já registrado, atingindo uma média de 1,55°C. A nova NDC apresentada pelo Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) propõe uma redução das emissões líquidas entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de CO2 equivalente até 2035.
A pesquisa utilizou o conceito de custo social do carbono (CSC), que quantifica o impacto econômico das emissões na sociedade. Os resultados indicam que, se as metas forem cumpridas, o potencial de redução de custos pode variar entre US$ 18,8 bilhões e US$ 42,6 bilhões até 2030. Em 2023, o Brasil alcançou um recorde na exportação de carne bovina, vendendo 2,29 milhões de toneladas e gerando um faturamento de US$ 10,55 bilhões.
As autoras consideraram a importância da exportação ao calcular a disponibilidade de carne bovina para consumo interno em 2030, caso a produção seja ajustada para atender ao limite de emissão de 0,26 GtCO2e. O resultado estimado seria de 2 a 10 quilos de carne bovina por pessoa ao ano. A pesquisa enfatiza a necessidade de práticas de produção mais sustentáveis, que reduzam as emissões e os custos associados às mudanças climáticas.
O estudo também aponta que a agropecuária no Brasil cresceu 50% entre 1985 e 2022, ocupando um terço do território nacional, com a maior parte da expansão resultante do desmatamento. As cientistas sugerem que a colaboração entre pesquisa e produtores é essencial para promover práticas de produção eficientes e de baixa emissão. A sociedade civil pode desempenhar um papel fundamental em apoiar iniciativas que busquem soluções sustentáveis para a produção de carne bovina, contribuindo para um futuro mais equilibrado e responsável.
Pesquisadores brasileiros publicaram um estudo na Nature que quantifica o impacto da expansão agrícola e urbana nas populações de peixes do Alto do Rio Paraná, afetando a economia pesqueira local.
Pesquisadores da FMUSP revelam que a poluição do ar e as mudanças climáticas aumentam riscos de parto prematuro e problemas de saúde a longo prazo em crianças, além de encurtar telômeros em fetos. A pesquisa, que revisou 86 estudos recentes, destaca que a exposição a poluentes compromete a saúde materna e fetal, elevando a chance de complicações como diabetes gestacional e restrição de crescimento intrauterino.
Em 2024, o desmatamento na Mata Atlântica caiu 2% segundo o Atlas e 14% pelo SAD, mas ambientalistas consideram os números ainda insuficientes. A Bahia lidera o desmatamento, com aumento de áreas de matas maduras.
A negação dos riscos das mudanças climáticas entre brasileiros aumentou de 5% para 9% entre junho de 2024 e abril de 2025, segundo pesquisa do Datafolha. Apesar disso, 53% ainda percebem riscos imediatos, refletindo uma preocupação crescente com a crise climática.
Durante a palestra no Rio Innovation Week, Nathalie Kelley criticou a influência de corporações nas conferências climáticas, destacando que a COP30 em Belém deve abordar a globalização como causa das mudanças climáticas.
Entre 12 e 17 de maio de 2025, o Ibama conduziu uma queima prescrita no Território Kalunga, em Goiás, utilizando tecnologia aérea para mitigar incêndios e preservar ecossistemas. A operação, em parceria com o Prevfogo e a Coaer, visou áreas de difícil acesso e promete reduzir riscos de grandes incêndios na próxima estiagem.