Pedro Martins de Souza, aos 78 anos, reflorestou sua propriedade em Minas Gerais, aumentando água e renda. A iniciativa, apoiada pelo Instituto Terra, inspirou outros produtores e recuperou nascentes na região.
Aos 78 anos, o produtor rural Pedro Martins de Souza tomou a decisão de reflorestar sua propriedade em Taparuba, Minas Gerais, há quase 15 anos. Essa escolha, inicialmente difícil, foi apoiada por seus filhos, que perceberam que plantar árvores poderia resolver a secura do solo, prejudicial à plantação. Sérgio Martins de Souza, um de seus filhos, relata que, após o início do reflorestamento, a água para o gado deixou de ser um problema, permitindo até a irrigação.
A inspiração para a restauração veio de um programa de televisão, mas foi o suporte técnico do Instituto Terra que possibilitou a recuperação das nascentes na propriedade. Fundado em 1998 por Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado, o Instituto Terra promove a “restauração ecossistêmica”, tendo restaurado mais de 600 hectares em sua própria fazenda e expandido suas ações para propriedades vizinhas ao longo dos anos.
O programa Olhos D’Água, iniciado em 2010, visa apoiar proprietários rurais na recuperação de florestas nas áreas de nascentes, resultando na recuperação de cerca de duas mil nascentes e beneficiando mais de mil pequenas e médias propriedades. O projeto exigiu o plantio de mais de sete milhões de mudas, e Pedro foi um dos pioneiros na região, tornando sua propriedade um exemplo de sucesso em restauração.
Atualmente, a propriedade de Pedro recebe visitas de estudantes, que aprendem sobre a importância da restauração ambiental. Os filhos de Pedro também se beneficiaram, com o volume de água dobrando e a renda aumentando. Sérgio, por exemplo, plantou cacau e diversas frutas em seu sítio, criando um sistema agroflorestal que já proporciona colheitas em pouco tempo, aumentando a diversidade e a renda.
Nos últimos anos, o Instituto Terra começou a explorar sistemas agroflorestais e silvipastoris, que integram a pecuária com o plantio de árvores. Essa abordagem visa aumentar a fertilidade do solo e a capacidade de suporte do pasto, permitindo que os produtores aumentem a quantidade de gado por hectare. O custo de implementação é considerado baixo, mas a mudança cultural é o maior desafio.
O Instituto Terra, em parceria com diversas instituições, busca identificar cadeias produtivas promissoras na região, visando o retorno financeiro e mecanismos de financiamento. Projetos como o de Pedro Martins de Souza demonstram como a união e o engajamento da comunidade podem transformar realidades. A mobilização em torno de iniciativas de restauração e agroecologia pode ser um caminho para fortalecer a economia local e promover a sustentabilidade.
No dia 22 de maio, às 15h, ocorrerá o seminário "Agenda Climática e Oportunidades de Negócios", promovido pela Folha, com foco na transição energética e mercado de carbono no Brasil. O evento contará com a presença de líderes do setor privado e público, como Gustavo Pimenta, presidente da Vale, e Luciana Costa, do BNDES, discutindo caminhos para a redução de emissões e desafios do financiamento climático. As inscrições são gratuitas e limitadas.
Cientistas alertam que a população de vaga-lumes no Brasil pode diminuir pela metade em 30 anos devido ao aquecimento global e poluição luminosa. Santuários para proteção ainda não existem no país.
Pesquisadores da EESC-USP estão desenvolvendo drones com sensores de gases e inteligência artificial para detectar incêndios florestais em São Carlos, visando uma resposta mais ágil e eficaz. A iniciativa, apresentada na FAPESP Week França, promete melhorar o monitoramento ambiental e a prevenção de queimadas, colaborando com a Defesa Civil e a prefeitura local.
Um estudo recente indica que as temperaturas globais podem subir mais rapidamente do que se esperava, afetando severamente a agricultura e a saúde pública, o que demanda ações imediatas.
A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que aumenta as penas para incêndios florestais, elevando a punição de 2-4 anos para 3-6 anos, incluindo casos culposos. O texto agora segue para o Senado.
Estudo revela que, apesar da estiagem e perfuração de poços clandestinos, os níveis de água subterrânea na Bacia do Paranapanema permanecem estáveis, destacando a resiliência hídrica da região. O geólogo Rodrigo Manzione e sua equipe utilizam dados de satélites para monitorar e mapear essas reservas, enfatizando a importância de uma gestão integrada dos recursos hídricos.