Ricardo Mussa, chair da SB COP30, afirma que a transição dos combustíveis fósseis será lenta, com foco em inovação e políticas públicas até 2050. A COP-30 em Belém reunirá o setor privado para discutir soluções climáticas.
A COP-30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, ocorrerá em Belém em novembro, com foco na participação do setor privado nas discussões sobre transição energética. Ricardo Mussa, chair da Sustainable Business COP30 (SB COP), destaca que a substituição dos combustíveis fósseis não será rápida, prevendo avanços até 2050. Ele enfatiza a importância da inovação e de políticas públicas para facilitar essa transição.
Mussa, ex-presidente da Raízen, uma das maiores fabricantes de etanol do mundo, representa o setor privado na COP-30. Desde março, ele lidera a SB COP, uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que visa influenciar as decisões da conferência. A SB COP, inspirada pelo B-20, reúne entidades de 43 países, representando 35 milhões de empresas, e é reconhecida pelo governo brasileiro e pela ONU.
Até setembro, a SB COP apresentará recomendações em oito áreas, incluindo transição energética e bioeconomia. Além disso, selecionará 40 projetos de empresas que ajudam a reduzir emissões de gases poluentes, que serão apresentados na COP como soluções escaláveis. Mussa observa que a participação do setor privado é crucial, já que este é responsável por 80% das emissões globais.
O executivo considera a transição energética um desafio enorme, afirmando que não se pode esperar a eliminação do petróleo no curto prazo. Ele sugere que a transição deve começar com ganhos de eficiência, como a redução das emissões dos combustíveis fósseis. Mussa destaca que o Brasil já possui uma matriz energética renovável e que inovações, como a energia solar, têm avançado rapidamente.
Ele também menciona que a adoção de inovações requer apoio governamental e de bancos de desenvolvimento até que se alcance a escala necessária para que as iniciativas se sustentem sem financiamento público. Mussa observa que o Brasil tem potencial para se tornar um centro de data centers para inteligência artificial, devido à sua energia renovável barata, mas enfrenta desafios como questões fiscais e insegurança jurídica.
Por fim, Mussa expressa otimismo sobre a realização da COP-30, apesar de desafios logísticos e custos elevados de hospedagem. Ele acredita que a conferência será uma oportunidade para mostrar ao mundo que o Brasil é parte da solução para as questões climáticas. Em momentos como este, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a sustentabilidade e a inovação.
Em 2024, o Brasil enfrentou a pior temporada de incêndios florestais em setenta anos, com 66% da perda de florestas primárias atribuída ao fogo, superando a agropecuária. A devastação ameaça o clima e a vida de milhões.
As Reuniões Climáticas de Junho em Bonn trouxeram avanços para a COP30, mas questões de financiamento e adaptação permanecem em impasse. Diplomacia brasileira é elogiada, mas desafios persistem.
O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) lançou a linha de crédito BDMG Verde, com a meta de financiar R$ 1,6 bilhão em projetos sustentáveis, oferecendo taxas a partir de 1,9% ao ano e 24 meses de carência.
Proprietários rurais de São Paulo conhecem a legislação sobre áreas de preservação, mas priorizam benefícios econômicos em vez de restaurar florestas, ignorando o sequestro de carbono. A pesquisa da Esalq-USP revela a necessidade de maior conscientização e incentivo econômico para a restauração florestal.
Estudo revela que 96% dos bancos de rodolitos em Abrolhos estão desprotegidos, ameaçando a biodiversidade marinha. O Brasil precisa avançar na proteção de áreas marinhas, com apenas 26% de seu território protegido.
Cidades brasileiras, como Caxias do Sul, Crato e Aracruz, estão adotando projetos inovadores para enfrentar as mudanças climáticas, com foco em reflorestamento e restauração de manguezais. Essas iniciativas visam aumentar a resiliência das comunidades e proteger a população.