Sérgio Pererê, músico afrodescendente, enfrentou ataques online após apresentação em Ouro Preto, sendo alvo de racismo religioso. O caso foi à Justiça, que determinou a quebra de sigilo dos perfis envolvidos.
O músico Sérgio Pererê, uma das principais vozes da cultura afrodescendente em Minas Gerais, se apresentou em 1º de junho na Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Ouro Preto. O evento, parte do Festival de Fado, atraiu um grande público, mas também gerou uma onda de ataques online contra o artista, que foram classificados como racismo religioso por especialistas. O racismo religioso refere-se à discriminação direcionada a indivíduos por suas crenças, especialmente aquelas ligadas a religiões de matriz africana.
Após a apresentação, Pererê foi alvo de críticas severas nas redes sociais, especialmente de uma influenciadora que o acusou de "profanar" um espaço sagrado. O vídeo dela, que insinuava que a performance do artista era uma ameaça à fé católica, viralizou, gerando reações polarizadas. Enquanto alguns apoiavam o músico, outros clamavam por reparação e questionavam a autorização da igreja para o evento.
O caso foi levado à Justiça, que determinou a quebra de sigilo dos perfis envolvidos, permitindo a responsabilização judicial. A juíza responsável inicialmente indeferiu o pedido de retirada do vídeo, alegando liberdade de expressão, mas a gravidade da situação levou a Justiça a reavaliar a questão. O advogado de Pererê destacou que a liberdade de expressão não deve ser usada como justificativa para crimes.
O advogado Hédio Silva Jr, que representa Pererê, considera a postagem que o descreve como uma "assinatura do Satanás" como a evidência mais contundente de intolerância religiosa. Ele compara essa satanização a discursos históricos que criaram inimigos imaginários, legitimando perseguições. A situação expõe como o racismo religioso se manifesta, especialmente nas plataformas digitais, onde o discurso de ódio pode se espalhar rapidamente.
Pererê, que se considera um herdeiro da cultura afro-brasileira, expressou sua tristeza não apenas pelos ataques, mas pela dificuldade de convencer a Justiça sobre a gravidade do crime. Ele ressaltou que o problema é mais profundo, refletindo uma sociedade que ainda não se reconciliou com sua diversidade cultural e religiosa. A viralização do vídeo e os ataques demonstram a resistência a aceitar a presença da cultura negra em espaços tradicionalmente dominados por outras crenças.
Enquanto aguarda o andamento do processo, Pererê continua sua trajetória artística, reforçando a importância da cultura afro-brasileira. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar artistas e iniciativas que promovem a diversidade e a inclusão, ajudando a combater a intolerância e a discriminação. Projetos que valorizam a cultura e a ancestralidade negra merecem ser incentivados e apoiados por todos nós.
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