Impacto Social

Treino se torna parte da identidade social e econômica em meio ao crescimento do bem-estar no Brasil

O fenômeno do "athleisure" e a influência de personalidades como Pedro Paulo Amorim, o "Treinador PP", destacam a corrida como um símbolo de saúde e inclusão nas redes sociais. Apesar do aumento da informação sobre bem-estar, a realidade mostra que muitos brasileiros ainda não se exercitam o suficiente.

Atualizado em
July 28, 2025
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Corredor no Aterro do Flamengo na Maratona do Rio — Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

O interesse por saúde e bem-estar nas redes sociais cresceu significativamente, especialmente durante a pandemia. Influenciadores e aplicativos de fitness têm promovido um estilo de vida ativo, tornando o treino uma tendência popular. Em 2020, o número de vídeos de fitness no YouTube aumentou mais de cinco vezes, refletindo uma busca por saúde mental e física. Além disso, o uso de aplicativos que monitoram batimentos cardíacos e conectam corredores globalmente se tornou comum, criando um ecossistema digital que otimiza nutrição e performance.

Patrícia Barão, professora do MBA online de Marketing da Fundação Álvares Penteado, destaca que o treino se transformou em uma extensão da identidade das pessoas. Cuidar de si é visto como um gesto social que comunica valores e estilo de vida. O corpo se tornou um projeto, e executivos, por exemplo, têm adotado uma abordagem metódica em suas rotinas de exercícios, comparando o triatlo a um MBA. Essa lógica de gestão se reflete em planilhas e métricas, mas nem todos têm acesso a essa rotina.

O fenômeno do "athleisure" também contribuiu para essa transformação, fazendo com que roupas de treino se tornassem parte do vestuário diário. Essa tendência permite que mesmo aqueles que não se exercitam regularmente projetem uma imagem de saúde e produtividade. O mercado global de athleisure movimentou cerca de R$ 1,5 trilhão em 2023, com previsão de crescimento para R$ 3,5 trilhões até 2032. Essa mudança de comportamento reflete um desejo de status e controle sobre o tempo.

Márcio Atalla, colunista do GLOBO, aponta um paradoxo: apesar do aumento da informação sobre saúde, a maioria da população não atinge os níveis mínimos de atividade física. Dados mostram que setenta e cinco por cento dos brasileiros não se exercitam o suficiente, e sessenta e oito por cento estão acima do peso. Para Atalla, a solução envolve políticas públicas que integrem exercício físico ao cotidiano, como o uso de bicicletas em cidades como Amsterdã e Copenhague.

Pedro Paulo Amorim, conhecido como Treinador PP, é um exemplo de como a corrida pode ser uma ferramenta de inclusão e inspiração. Com mais de quinhentos mil seguidores no Instagram, ele utiliza sua experiência pessoal para motivar outros a se exercitarem. PP começou a correr como uma forma de lidar com o estresse e, ao compartilhar suas experiências, conseguiu engajar sua comunidade. Ele se destaca por promover uma corrida acessível, explorando a cidade de forma democrática e incentivando a prática esportiva.

A trajetória de PP ilustra como a corrida pode ser uma forma de superação e conexão social. Ele busca desenvolver projetos voltados para iniciantes, ajudando as pessoas a entenderem melhor seu corpo e mente. A união em torno de iniciativas que promovem saúde e bem-estar pode fazer a diferença na vida de muitos. Apoiar projetos que incentivem a prática de atividades físicas e a inclusão social é fundamental para transformar essa realidade e beneficiar comunidades inteiras.

Globo.com
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