Vereadores em várias capitais brasileiras têm aprovado leis que restringem o acesso ao aborto legal, refletindo um movimento conservador. Em João Pessoa, uma nova lei obriga mulheres a ouvir batimentos cardíacos do feto e fornece informações enganosas sobre o aborto. O Instituto AzMina revelou que a maioria dos projetos apresentados visa dificultar o acesso ao procedimento, aumentando o risco para mulheres e meninas, especialmente em casos de violência sexual. A socióloga Clara Wardi alerta que essas iniciativas podem institucionalizar práticas que violam direitos reprodutivos, contribuindo para um aumento de gestações indesejadas entre meninas.
Nos últimos anos, diversas cidades brasileiras têm avançado com legislações que restringem o acesso ao aborto legal, refletindo um movimento conservador em relação aos direitos reprodutivos das mulheres. Em 2024, um projeto de lei em João Pessoa se tornou lei, obrigando mulheres a ouvir os batimentos cardíacos do feto e a receber informações enganosas sobre o aborto, além de um aumento alarmante no número de nascimentos de meninas até 14 anos.
Um levantamento do Instituto AzMina revelou que, entre 2015 e 2023, foram apresentados 103 projetos de lei sobre aborto nas câmaras municipais das capitais brasileiras, com 67% deles buscando restringir o acesso ao aborto legal. As propostas incluem desde a proibição de gastos públicos com organizações que apoiam o tema até a promoção de campanhas que disseminam informações falsas sobre os riscos do aborto.
A socióloga Clara Wardi, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), alerta que esses projetos representam uma ameaça à segurança das mulheres e dos profissionais de saúde. Entre 2023 e 2024, cinco capitais protocolaram leis que buscam notificar procedimentos de aborto às secretarias de saúde ou à polícia, criando um ambiente de insegurança jurídica e promovendo perseguições.
Atualmente, o aborto é legal no Brasil em casos de risco à vida da gestante, anencefalia do feto e em situações de estupro. No entanto, a realidade é que muitas meninas que engravidam após uma violência sexual enfrentam barreiras significativas para acessar esse direito. Dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde mostram que apenas 2% dos municípios oferecem serviços de interrupção legal da gestação.
O Relatório Anual Socioeconômico da Mulher de 2025 revelou que, entre 2013 e 2023, o Brasil registrou 232 mil nascimentos de meninas até 14 anos, evidenciando a gravidade do problema. O estudo da Rede Feminista de Saúde também destacou que o percentual de meninas mães negras aumentou de 71,7% em 2019 para 75,7% em 2022, refletindo as desigualdades raciais que permeiam o acesso ao aborto legal.
Apesar dos retrocessos, a publicação de uma resolução pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) em 2024 trouxe uma esperança. A norma estabelece um protocolo para o atendimento a vítimas de violência sexual, garantindo que o acesso à interrupção legal da gestação não dependa da comunicação aos responsáveis legais em casos que possam causar danos à criança. Nessa situação, nossa união pode ajudar os menos favorecidos a terem acesso aos direitos que lhes são garantidos.
A presidente da Anadep, Fernanda Fernandes, alertou sobre a baixa cobertura da Defensoria Pública no Brasil e lançou a campanha Justiça Climática, focando na desigualdade ambiental e seus efeitos nas populações vulneráveis.
Durante o evento Negritudes Globo, Erika Januza compartilhou sua luta contra uma crise financeira em 2016, quase desistindo da carreira. Ela enfatizou a importância de inspirar mulheres negras no audiovisual.
O Brasil registrou uma queda de 18,1% no número de trabalhadores domésticos com carteira assinada entre 2015 e 2024, totalizando 1,34 milhão. A pandemia e a alta de diaristas impactaram essa redução.
A 43ª edição do Intercolegial teve início hoje, reunindo 170 colégios em competições de futsal e skate, promovendo integração e arrecadação de alimentos. O evento é uma celebração do esporte e cidadania.
A I Jornada da Atenção Domiciliar, realizada pela Secretaria de Saúde do DF, promoveu debates sobre cuidados paliativos e desospitalização, reunindo profissionais e estudantes. O evento destacou a importância da assistência humanizada e a ampliação do acesso aos serviços do SUS.
Em 2023, o Brasil registrou 3.903 homicídios de mulheres, aumento de 2,5% em relação a 2022, enquanto os homicídios gerais caíram. A desigualdade racial é alarmante, com 68,2% das vítimas sendo negras.