Educação

Acessibilidade nas ruas brasileiras é alarmante: apenas 15% têm rampas de acesso e 18% estão livres de obstáculos

Apenas 15% das ruas brasileiras têm rampas de acesso, dificultando a mobilidade. Dados do Censo de 2022 revelam que 18% da população urbana vive em vias sem obstáculos, evidenciando a falta de acessibilidade. Apesar das leis que garantem rampas em edificações, a realidade é alarmante, com menos de 50% dos hospitais e um terço das escolas acessíveis.

Atualizado em
April 17, 2025
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Pesquisa considerou que obstáculos são 'elementos permanentes que atrapalham a circulação, como vegetação e equipamento urbano'. Foto: Felipe Rau/Estadão

Dados do Censo de 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que apenas 15% das ruas brasileiras possuem rampas de acesso. Além disso, apenas 18% da população urbana vive em vias sem obstáculos, o que representa um desafio significativo para a mobilidade de pessoas com deficiência ou dificuldades de locomoção. Essa situação é alarmante, considerando que a acessibilidade é garantida por leis desde o ano 2000.

Embora a porcentagem de pessoas que residem em ruas com calçadas seja alta, com 84%, a realidade é que a maioria enfrenta barreiras que dificultam sua circulação. Obstáculos como vegetação, equipamentos urbanos, calçadas quebradas e entradas de estacionamento irregulares são comuns, tornando o deslocamento um desafio diário. Em um terço dos municípios brasileiros, apenas 5% da população vive em ruas com rampas de acesso.

As capitais regionais apresentam as melhores condições, com 20% de vias acessíveis, seguidas pelas metrópoles, com 15,8%, e centros locais, com 10%. Mesmo nas cidades paranaenses com maior acessibilidade, como Maringá, Toledo e Cascavel, as porcentagens de ruas com rampas são de apenas 65%, 61% e 59%, respectivamente. O geógrafo Jaison Cervi, do IBGE, destaca que a ausência de rampas e a presença de calçadas com obstáculos são duas dificuldades que precisam ser enfrentadas.

Além das ruas, a acessibilidade em instituições de saúde e educação também é preocupante. Menos da metade dos hospitais e postos de saúde no Brasil (47,2%) possuem rampas de acesso, e apenas 31,8% das escolas estão adaptadas para cadeiras de rodas. Nos estabelecimentos comerciais e de serviços, essa porcentagem é ainda menor, com apenas 25% oferecendo acessibilidade adequada.

A legislação brasileira, incluindo a Lei de Acessibilidade de 2000 e o Estatuto da Pessoa com Deficiência de 2015, estabelece a obrigatoriedade de rampas em edifícios públicos e privados. Apesar disso, a realidade mostra que a implementação dessas normas ainda é insuficiente. A falta de acessibilidade em locais essenciais, como hospitais, é um reflexo da necessidade urgente de ação por parte dos gestores públicos.

Esses dados evidenciam a importância de um esforço coletivo para promover a acessibilidade em todo o Brasil. A união da sociedade civil pode ser fundamental para melhorar a situação das pessoas com deficiência, garantindo que todos tenham o direito de se locomover com dignidade e segurança. Projetos que visem a criação de ambientes mais acessíveis devem ser estimulados e apoiados pela comunidade.

Estadão
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