Impacto Social

Bebês reborn: a nova tendência que reflete a busca por vínculos emocionais sem responsabilidades reais

A psicóloga Alessandra Arrais discute a relevância dos bebês reborn na saúde mental materna, especialmente em lutos, durante a campanha Maio Furta-Cor, que visa aumentar a conscientização sobre o tema.

Atualizado em
May 16, 2025
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15/05/2025 Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF - Alessandra Arrais, psicóloga perinatal do Hmib, é a entrevistada do CB.Saúde - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A popularidade dos bebês reborn, bonecas que imitam recém-nascidos, tem crescido desde a década de 1990, refletindo mudanças nas relações afetivas e no uso da tecnologia. Recentemente, a psicóloga perinatal Alessandra Arrais, do Hospital Materno Infantil de Brasília, abordou o uso terapêutico dessas bonecas em uma entrevista durante o CB.Saúde, destacando sua relevância no contexto do Maio Furta-Cor, uma campanha que visa sensibilizar sobre a saúde mental materna.

Arrais enfatiza que a perda de um bebê é uma dor muitas vezes invisibilizada. Os bebês reborn, que surgiram na década de 1990, agora estão passando por um novo boom, impulsionado pelo avanço da inteligência artificial e pela forma como as pessoas interagem com ela. Esses bonecos não exigem envolvimento emocional real, tornando-se uma alternativa mais fácil para aqueles que evitam o esforço de construir vínculos e lidar com frustrações.

Embora os reborns possam ter um papel terapêutico, especialmente em casos de Alzheimer e luto perinatal, Arrais alerta que o problema surge quando esses bonecos substituem a presença de um bebê real. Em algumas situações, a pessoa pode perder a noção da realidade, tratando o boneco como se fosse um filho verdadeiro, o que pode indicar um estado de delírio que requer acompanhamento profissional.

A campanha Maio Furta-Cor busca mostrar que a maternidade é multifacetada, com dias bons e ruins. Arrais aponta que cerca de 25% das mulheres enfrentam depressão pós-parto, e é crucial que a sociedade esteja atenta a esses sinais. Se uma mulher permanece em um estado emocional negativo por mais de quinze dias, isso pode indicar a necessidade de suporte psicológico, assim como estados de euforia exagerada também requerem atenção.

O apoio da rede familiar e social é fundamental para a saúde mental das mães. Arrais destaca que muitas vezes, a rede de apoio pode ser invasiva, com visitas que não consideram as necessidades da mãe. É essencial que as pessoas ofereçam ajuda de forma respeitosa, perguntando como podem contribuir para o bem-estar da mãe e do bebê.

Em um contexto onde a saúde mental materna é cada vez mais discutida, iniciativas que promovem o cuidado e a sensibilização são vitais. Projetos que buscam apoiar mães em situações de vulnerabilidade podem fazer uma diferença significativa na vida dessas mulheres, ajudando a criar um ambiente mais saudável e acolhedor para a maternidade.

Correio Braziliense
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