Brasil apresenta o Plano Clima, com metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, mas sem afastamento dos combustíveis fósseis, gerando críticas de especialistas e preocupações sobre a transição energética.
O Brasil apresentou, em 2024, sua meta para reduzir as emissões de gases do efeito estufa em até 67% até 2035, conforme o Acordo de Paris. O Plano Clima, lançado em julho, não inclui a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, o que gerou críticas de especialistas. A Estratégia Nacional de Mitigação (ENM) e seus sete planos setoriais delineiam como o país pretende alcançar essa meta, mas o setor de energia se destaca por suas metas consideradas pouco ambiciosas.
No cenário mais otimista, o Plano Setorial de Energia prevê a manutenção das emissões até 2035 em relação a 2022; no pior, um aumento de até 44%. Marta Salomon, especialista do Instituto Talanoa, questiona a falta de uma transição clara para longe dos combustíveis fósseis, afirmando que não há planos para reduzir a produção de petróleo. Suely Araújo, do Observatório do Clima, também critica a ausência de um cronograma para a redução da produção e do consumo de combustíveis fósseis.
O Brasil, que se comprometeu a revisar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) até setembro, está desenvolvendo o Plano Clima desde 2023, dividido em partes de Adaptação e Mitigação. O primeiro já passou por consulta pública, enquanto o segundo está em fase de contribuições. Os planos setoriais incluem Conservação da Natureza, Agropecuária, Indústria, Transportes, Cidades, Resíduos e Energia, com os dois primeiros sendo os mais promissores para a redução das emissões.
Embora o Brasil tenha uma matriz elétrica considerada uma das mais limpas do mundo, com uma meta de 82,7% de energias renováveis até 2030, especialistas alertam que o percentual está diminuindo. Salomon destaca que, em 2023, a porcentagem de energias renováveis foi de 88,2%. O aumento da dependência de termelétricas fósseis, devido a eventos climáticos extremos, pressiona a renovabilidade da matriz elétrica.
A produção de petróleo no Brasil está em expansão, com o governo buscando se tornar o quarto maior produtor mundial. Análises indicam que o país está entre os dez que mais devem aumentar a produção de petróleo e gás até 2035. A exploração na Margem Equatorial, considerada uma nova fronteira, levanta preocupações sobre os impactos socioambientais e a emissão de gases do efeito estufa.
Ricardo Fujii, do WWF-Brasil, ressalta a necessidade de uma discussão estruturada sobre a transição energética e a descarbonização da economia. Ele acredita que o Brasil tem potencial para liderar essa transição, adotando fontes renováveis de forma mais eficaz do que outros países. Em um cenário de desafios climáticos, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a sustentabilidade e a preservação ambiental.
Ibama libera captura de 649 pirarucus na Terra Indígena Vale do Javari, gerando R$ 415 mil para comunidades locais. A ação promove a conservação e a renda sustentável nas áreas indígenas.
Um estudo recente aponta que a instalação de painéis solares em áreas urbanas pode diminuir em até trinta por cento o consumo de energia elétrica, promovendo cidades mais sustentáveis. Essa descoberta reforça a importância das energias renováveis na luta contra as mudanças climáticas.
Fafá de Belém lidera a série "Conversas de Varanda", que discute a preservação da Amazônia com personalidades de diversas áreas. O evento antecede o III Fórum Varanda da Amazônia, com inscrições abertas em agosto.
O projeto Fauna Ameaçada entrega 480 câmeras para monitoramento da fauna no Rio de Janeiro, visando atualizar a lista de espécies ameaçadas e aprimorar a conservação ambiental. A iniciativa é crucial para combater a defasagem de 27 anos nos estudos sobre biodiversidade.
A Operação Verde Vivo 2025 do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal inicia na próxima semana, com abertura em 30 de abril, mobilizando mil militares para prevenir incêndios florestais. A operação será dividida em três fases: preparação, combate e avaliação, visando otimizar ações futuras e proteger o meio ambiente.
Secas recordes entre 2023 e 2025 causaram danos sem precedentes em diversas regiões, incluindo a Amazônia, afetando economias e ecossistemas globalmente, segundo relatório da UNCCD. O fenômeno El Niño e a mudança climática intensificaram os efeitos da seca, resultando em perdas significativas no comércio internacional e impactos severos na fauna e flora.