Saúde e Ciência

Brasil inicia infusões de zolgensma no SUS, revolucionando tratamento para crianças com AME

O Ministério da Saúde inicia a infusão de zolgensma no SUS, um tratamento de R$ 7 milhões para crianças com Atrofia Muscular Espinhal, viabilizado por um Acordo de Compartilhamento de Risco. O Brasil se torna o sexto país a oferecer essa terapia gênica, que pode transformar a vida de crianças com AME tipo 1. As famílias devem buscar serviços especializados para acesso ao tratamento.

Atualizado em
May 15, 2025
Clock Icon
4
min
Foto: Igor Evangelista/MS

O Ministério da Saúde anunciou a primeira infusão do medicamento zolgensma no Sistema Único de Saúde (SUS), destinado ao tratamento de crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME). A aplicação ocorreu simultaneamente em dois hospitais, o Hospital da Criança José Alencar, em Brasília, e o Hospital Maria Lucinha, em Recife, no dia 14 de maio. O zolgensma, que custa em média R$ 7 milhões por dose única, é a primeira terapia gênica a ser incorporada ao SUS, viabilizada por um Acordo de Compartilhamento de Risco entre o ministério e a fabricante.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, expressou a importância desse momento histórico, ressaltando que o custo do tratamento seria inviável para muitas famílias. Ele destacou que a terapia é inovadora e pode proporcionar ganhos significativos na qualidade de vida das crianças. O Brasil se torna assim o sexto país a disponibilizar o zolgensma em sistemas públicos de saúde, seguindo exemplos de nações como Espanha e Inglaterra.

O medicamento é indicado exclusivamente para crianças com AME tipo 1, com até seis meses de idade, que não utilizem ventilação mecânica invasiva por mais de 16 horas diárias. As duas bebês que receberam a infusão foram priorizadas por estarem próximas do limite de idade e atenderem aos critérios clínicos estabelecidos. A mãe de uma das pacientes, emocionada, afirmou que o tratamento representa uma nova esperança para sua filha.

Com a incorporação do zolgensma, o Ministério da Saúde espera atender a 137 pacientes nos primeiros dois anos. Atualmente, quinze pedidos para acesso ao medicamento já foram protocolados. Embora a AME não tenha cura, as terapias disponíveis, incluindo o zolgensma, ajudam a estabilizar a progressão da doença, que pode ser fatal antes dos dois anos de idade sem tratamento.

Além do zolgensma, o SUS também oferece outras terapias, como nusinersena e risdiplam, que atuam de forma contínua para evitar a progressão da AME. As famílias interessadas em acessar o tratamento devem procurar um dos trinta e seis serviços especializados em doenças raras do SUS, onde um médico avaliará a criança e iniciará o processo de solicitação.

Os pacientes que recebem o zolgensma serão acompanhados por até cinco anos, conforme o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas. Essa iniciativa demonstra a capacidade do SUS de incorporar terapias complexas e inovadoras. Em situações como essa, a união da sociedade pode fazer a diferença, garantindo que mais crianças tenham acesso a tratamentos que podem mudar suas vidas.

Ministério da Saúde
Quero ajudar

Leia mais

Inteligência artificial promete revolucionar diagnósticos neurológicos e otimizar atendimento no SUS
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Inteligência artificial promete revolucionar diagnósticos neurológicos e otimizar atendimento no SUS
News Card

Inteligência Artificial promete revolucionar diagnósticos neurológicos no SUS. A tecnologia pode reduzir a subjetividade e acelerar a análise de exames, beneficiando milhões que aguardam atendimento.

Consumo diário de bacon aumenta em 13% o risco de demência, alerta estudo da Harvard
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Consumo diário de bacon aumenta em 13% o risco de demência, alerta estudo da Harvard
News Card

Estudo da Fiocruz aponta que 10% das mortes no Brasil estão ligadas a ultraprocessados. Pesquisa de Harvard revela que bacon aumenta em 13% o risco de demência. Mudanças alimentares podem reduzir riscos.

Dia Mundial do Parkinson destaca a importância da conscientização sobre a doença neurodegenerativa crescente
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Dia Mundial do Parkinson destaca a importância da conscientização sobre a doença neurodegenerativa crescente
News Card

A doença de Parkinson, que afeta milhões globalmente, tem visto um aumento alarmante de diagnósticos em pessoas abaixo dos 60 anos. A prática de atividades físicas pode desacelerar sua progressão.

Estudo japonês revela que níveis de diHETrE no cordão umbilical podem prever risco de autismo em crianças
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Estudo japonês revela que níveis de diHETrE no cordão umbilical podem prever risco de autismo em crianças
News Card

Pesquisadores da Universidade de Fukui identificaram que níveis de diHETrE no sangue do cordão umbilical podem prever o risco de autismo, com implicações para intervenções gestacionais. O estudo, que analisou 200 crianças, sugere que a dosagem desse ácido graxo pode auxiliar na identificação precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Consumo de bebidas açucaradas aumenta risco de câncer de cavidade oral em mulheres, alerta estudo
Saúde e Ciência
Clock Icon
4
min
Consumo de bebidas açucaradas aumenta risco de câncer de cavidade oral em mulheres, alerta estudo
News Card

Uma pesquisa recente publicada no JAMA Otolaryngology–Head & Neck Surgery revela que o consumo de bebidas açucaradas aumenta em quase cinco vezes o risco de câncer de cavidade oral em mulheres, mesmo na ausência de tabagismo e álcool. O estudo analisou dados de 162.602 mulheres, identificando que aquelas que ingerem uma ou mais bebidas adoçadas semanalmente têm risco significativamente elevado. Especialistas alertam que o açúcar pode causar inflamação e estresse oxidativo, criando um ambiente propício para o câncer. Reduzir essas bebidas é uma medida preventiva eficaz.

Pesquisadores descobrem compostos de origem animal com potencial para combater a esquistossomose
Saúde e Ciência
Clock Icon
3
min
Pesquisadores descobrem compostos de origem animal com potencial para combater a esquistossomose
News Card

Pesquisadores do Instituto Butantan e da USP descobriram compostos de origem animal que eliminam o parasita da esquistossomose, oferecendo novas esperanças de tratamento. A pesquisa destaca venenos de serpentes e extratos de besouros como promissores, superando as limitações do Praziquantel, único medicamento disponível.