Meio Ambiente

Brasil pode dar 'exemplo negativo' na COP30 com flexibilização do licenciamento ambiental, alerta deputado

Nilto Tatto, presidente da Frente Ambientalista na Câmara, critica projeto que flexibiliza licenciamento ambiental, alertando para retrocessos durante a presidência do Brasil na COP30. A proposta pode prejudicar negociações internacionais e comprometer a agenda climática do país.

Atualizado em
July 15, 2025
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Presidente da Frente Ambientalista na Câmara, Nilto Tatto (PT-SP) — Foto: Divulgação/Câmara

O presidente da Frente Ambientalista na Câmara, Nilto Tatto (PT-SP), expressou preocupações sobre a possível aprovação de um projeto de lei que flexibiliza o licenciamento ambiental, com votação prevista para esta semana. Tatto alertou que essa mudança poderia representar um "exemplo negativo" para o Brasil, especialmente no ano em que o país preside a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém (PA). Ele destacou a responsabilidade do Brasil em liderar discussões sobre a redução das emissões de gases de efeito estufa.

O deputado enfatizou que a alteração na legislação ambiental pode prejudicar as negociações do Brasil com outros mercados, especialmente após a imposição de tarifas de cinquenta por cento dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Para Tatto, essa mudança inviabiliza o trabalho em prol da crise climática e compromete os direitos dos povos tradicionais, além de permitir o autolicenciamento.

O projeto de lei, que já havia sido criticado por conter retrocessos, foi modificado pelo Senado, incluindo agora empreendimentos minerários de grande porte e alto risco nas novas regras. A inclusão da mineração foi uma das principais alterações no relatório do deputado Zé Vitor (PL-MG), que inicialmente havia excluído essa atividade do texto.

Na segunda-feira, Zé Vitor afirmou que a mineração foi retirada do projeto devido à falta de "acordo técnico". Contudo, o novo relatório, que foi protocolado na Câmara, excluiu quatro das trinta e duas emendas do Senado, incluindo a que simplificava o licenciamento de atividades minerárias. Essa proposta, alvo de resistência do governo, cria novos tipos de licenças que facilitam a liberação de obras em áreas ambientalmente sensíveis.

Entre as novas licenças, destaca-se a proposta de Alcolumbre, que permite a exploração em áreas como a Margem Equatorial, com potencial impacto na Foz do Amazonas. Além disso, o projeto prevê a renovação automática da licença ambiental, sem a necessidade de análise das autoridades, desde que o empreendedor declare que não houve alterações nas características da atividade.

As mudanças propostas geram um cenário de incerteza e preocupação entre ambientalistas e legisladores. A mobilização da sociedade civil é crucial para garantir que a legislação ambiental não sofra retrocessos. Projetos que visam a proteção ambiental e a preservação dos direitos dos povos tradicionais devem ser apoiados e estimulados pela comunidade, promovendo um futuro mais sustentável.

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