Brasil deve reduzir em 10% as emissões de carbono da aviação até 2037, impulsionado pela Lei do Combustível do Futuro. Petrobras e Acelen investem bilhões na produção de SAF, mas desafios regulatórios e de infraestrutura persistem.
O Brasil se comprometeu a reduzir em 10% as emissões de carbono da aviação até 2037, conforme a Lei do Combustível do Futuro. Essa meta, sancionada em outubro, estabelece um cronograma que começa em 2025, exigindo cortes anuais nas emissões. Para atender a essa demanda, o país está investindo na construção de fábricas de combustível sustentável de aviação (SAF), que substitui o querosene fóssil. O Brasil possui um grande potencial nesse mercado, devido à sua vasta oferta de biomassa e experiência na produção de biocombustíveis.
Empresas como Petrobras e Acelen estão liderando esses investimentos, com projetos que somam cerca de R$ 28 bilhões. A Petrobras, por exemplo, planeja iniciar a produção de SAF em escala comercial ainda este ano, utilizando óleos vegetais em suas refinarias. A Acelen, por sua vez, pretende começar a produção na Bahia em 2026, utilizando a macaúba como matéria-prima. A Vibra foi a primeira a comercializar SAF no Brasil, embora ainda importe o produto.
A demanda por SAF no Brasil deve começar em aproximadamente 126 milhões de litros em 2027, aumentando para 1,75 bilhão de litros por ano na década seguinte. No entanto, o custo de produção do SAF, que é de duas a três vezes superior ao do querosene, representa um desafio significativo. Especialistas afirmam que, sem incentivos governamentais e regulamentações adequadas, a viabilidade econômica do SAF pode ser comprometida.
O cenário global exige que a aviação alcance a neutralidade em carbono até 2050, e o SAF é considerado uma solução escalável e de curto prazo. A produção mundial de SAF precisará ultrapassar 400 milhões de toneladas anuais até 2050, o que acarretará custos adicionais significativos para o setor aéreo. A diretora-executiva do Instituto E+ Transição Energética, Rosana Santos, destaca que o Brasil tem uma “oportunidade de ouro” nesse contexto, mas enfrenta desafios regulatórios e logísticos.
O governo brasileiro ainda precisa implementar decretos complementares à Lei do Combustível do Futuro e definir mecanismos de certificação. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) firmaram um acordo para regulamentar o uso do SAF no país. Companhias aéreas, como a Latam, buscam garantir a segurança jurídica para a produção e uso do SAF, enquanto a Gol Linhas Aéreas participa ativamente das discussões sobre a viabilidade do combustível.
Com o crescimento do setor de SAF, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a sustentabilidade na aviação. Projetos que visam a descarbonização e a produção de combustíveis sustentáveis podem se beneficiar de apoio coletivo, ajudando a transformar o Brasil em um líder global nesse mercado emergente.
O agronegócio brasileiro enfrenta desafios devido à dependência de fertilizantes russos, enquanto alternativas como bioinsumos e pó de rocha ganham destaque. O governo visa reduzir a importação em 50% até 2050.
Uma pesquisa do Ipec revela que 52% dos moradores das dez capitais mais populosas do Brasil veem a poluição do ar como o principal problema ambiental. A sondagem, encomendada pelo Instituto Cidades Sustentáveis, destaca preocupações locais variadas.
Estudo da USP revela que 54,1% das cidades brasileiras têm baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas, com apenas 36,9% possuindo planos de habitação e 13% de redução de riscos. A pesquisa destaca a urgência de políticas públicas eficazes para enfrentar eventos extremos.
Mariangela Hungria da Cunha, pesquisadora da Embrapa, é a vencedora do World Food Prize 2025, reconhecida por sua pesquisa em insumos biológicos que reduz o uso de fertilizantes químicos no Brasil. Após anos de desafios em um campo dominado por homens e com financiamento irregular, ela se destaca por suas contribuições à agricultura sustentável, economizando até US$ 25 bilhões anualmente.
O Brasil inicia o terceiro veranico de 2025, com calor intenso e temperaturas acima de 30 °C em cidades como São Paulo, aumentando o risco de incêndios e agravando a crise hídrica nas regiões Norte e Nordeste.
O Brasil avança na recuperação de pastagens degradadas com o Programa Nacional de Conversão, visando linhas de crédito para produtores e tecnologias da Embrapa para aumentar a produtividade e reduzir emissões.