Censo 2022 revela que 11,8 milhões de pessoas vivem em unidades de conservação no Brasil, com 40% enfrentando precariedades em serviços básicos. Kátia Torres, do ICMBio, destaca a urgência da regularização fundiária e acesso a serviços essenciais.
O Censo 2022 revelou que 11,8 milhões de pessoas vivem em unidades de conservação no Brasil, um dado que surpreendeu Kátia Torres, diretora de ações socioambientais e consolidação territorial do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo ela, essas informações serão fundamentais para a gestão das áreas protegidas. Torres destaca que muitos desses moradores são trabalhadores da conservação e que é essencial que serviços públicos cheguem a essas comunidades, evitando que viver na natureza se torne um fardo.
O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que 40% da população residente em unidades de conservação enfrenta precariedades em serviços básicos, como abastecimento de água e destinação de lixo e esgoto. Essa taxa é superior à média nacional, que é de 27,28%. Para Torres, é crucial dar visibilidade a essas comunidades, permitindo que tenham acesso a educação, saúde, água, energia elétrica e internet.
Quando questionada sobre os impactos da presença humana nas áreas protegidas, especialmente nas unidades de proteção integral, que abrigam 131,5 mil pessoas, Torres afirma que a situação fundiária é complexa e requer análises específicas. A ocupação irregular pode ocorrer em todas as categorias de unidades de conservação, onde coexistem tanto possuidores legítimos quanto ocupantes irregulares e grileiros. Identificar os direitos legítimos é um trabalho contínuo na gestão dessas áreas.
O Censo não fornece dados sobre quantos moradores estão em situação irregular, e o ICMBio também não possui essa informação. A decisão sobre a implementação de serviços públicos depende da análise de cada local. As áreas de proteção ambiental (APAs) são as mais populosas, com quase 11,5 milhões de residentes, representando 97,1% do total. Torres ressalta que o zoneamento das APAs é um instrumento vital para regularizar a ocupação do solo, definindo os usos permitidos em cada local.
Torres também menciona que a criação de unidades de conservação muitas vezes se sobrepõe a diversas situações fundiárias que precisam ser tratadas individualmente. Nos casos de ocupação irregular, existem alternativas como desapropriação, assinatura de termos de compromisso e redesenho dos limites das áreas protegidas. Ela defende que é necessário harmonizar as leis ambientais com outras legislações do país.
O IBGE revelou que 21% da população quilombola do Brasil reside em unidades de conservação, o que não surpreendeu Torres. Ela observa que a natureza e as comunidades que buscam proteção da sociedade dominante frequentemente coexistem nos mesmos espaços. Essa realidade destaca a importância de unir esforços para garantir que essas populações tenham acesso a direitos básicos e serviços essenciais, promovendo um ambiente mais justo e sustentável.
A JBS, em parceria com a Ecoporé, lançou o projeto Vitrines de Restauração para restaurar 3.000 hectares em Rondônia, utilizando a técnica de muvuca e beneficiando comunidades locais. A iniciativa visa promover a bioeconomia e gerar renda para os envolvidos.
Pesquisadores do Projeto Mangues da Amazônia utilizam genética avançada para reflorestar manguezais no Pará, visando recuperar 40 hectares até 2025. A iniciativa integra ciência e comunidades locais, promovendo a conservação ambiental.
Marcele Oliveira, embaixadora da juventude climática na COP30, destaca a luta contra o racismo ambiental e a importância das vozes jovens nas soluções climáticas. A conferência ocorrerá em Belém em novembro.
A 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas em Brasília reuniu cinco mil participantes, que denunciaram a contaminação de rios e pediram proteção para suas culturas e ambientes. Líderes indígenas, como Pangroti Kayapó, destacaram os impactos do garimpo ilegal em suas terras.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apresentou a concessão administrativa da Transposição do Rio São Francisco no 9º Fórum Internacional de PPPs na Sérvia, destacando seu modelo inovador para enfrentar desafios climáticos e garantir acesso à água. A proposta envolve uma parceria público-privada com a União e os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco, visando soluções sustentáveis e equitativas.
Cerca de cinquenta organizações pedem que a Amazônia seja declarada livre de petróleo, visando proteger a biodiversidade e os direitos indígenas durante cúpula em Bogotá. A pressão ocorre após leilão de exploração na Bacia do Foz do Amazonas.