Meio Ambiente

Cientistas utilizam dados do iNaturalist para acelerar pesquisas sobre biodiversidade e novas espécies

Dados do iNaturalist foram fundamentais em mais de 5.000 artigos científicos, com um aumento exponencial nas publicações, destacando seu papel na pesquisa sobre biodiversidade e novas espécies. A plataforma, que já possui mais de 200 milhões de observações, tem revolucionado a forma como cientistas abordam questões ecológicas.

Atualizado em
August 5, 2025
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Mulher fotografa cobra em estrada - Frederick Kundert via The New York Times

O iNaturalist, plataforma de ciência cidadã, tem se mostrado fundamental na pesquisa sobre biodiversidade, com dados utilizados em mais de cinco mil artigos científicos. Desde sua fundação em dois mil e oito, a plataforma cresceu exponencialmente, especialmente com o aumento do uso de smartphones. Em dois mil e vinte e dois, mais de mil quatrocentos artigos foram publicados, um aumento de dez vezes em relação a cinco anos antes, com uma média de quase quatro estudos por dia.

Um exemplo notável ocorreu em dois mil e dezenove, quando um fotógrafo na China registrou uma mosca que imitava uma abelha. A imagem, carregada no iNaturalist, levou a um artigo publicado no ano seguinte, descrevendo a mosca como uma nova espécie. Esse caso ilustra como a ciência cidadã pode contribuir significativamente para a descoberta científica.

Os dados do iNaturalist têm sido utilizados para identificar novas espécies, monitorar organismos invasores e prever os impactos das mudanças climáticas. O ecologista Corey Callaghan, da Universidade da Flórida, destacou que a plataforma está moldando a pesquisa em biodiversidade, influenciando o design de estudos e as respostas a questões ambientais.

Até maio de dois mil e vinte e quatro, foram identificados cinco mil duzentos e cinquenta artigos que utilizaram dados do iNaturalist, abrangendo observações de mais de seiscentas famílias de organismos em cento e vinte e oito países. Esses dados, que incluem informações sobre a presença e ausência de espécies, têm revelado padrões importantes sobre a biodiversidade global.

Pesquisadores têm começado a explorar o conteúdo visual das imagens enviadas, utilizando aprendizado de máquina para analisar grandes coleções. Estudos recentes analisaram variações de cor em borboletas e serpentes, além de documentar as dietas de aves nos Andes. Apesar das limitações, os dados do iNaturalist complementam e aceleram a pesquisa científica, sendo uma ferramenta valiosa para cientistas.

O crescimento do iNaturalist demonstra o potencial da colaboração entre cidadãos e cientistas. A união de esforços pode impulsionar ainda mais a pesquisa em biodiversidade e a conservação ambiental. Projetos que incentivam a participação da sociedade civil são essenciais para fortalecer essa rede de conhecimento e apoio à natureza.

Folha de São Paulo
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