Meio Ambiente

COP30 destaca populações vulneráveis como líderes na luta contra a crise climática em carta à comunidade internacional

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destaca a liderança das populações vulneráveis na luta climática em sua quinta carta, enquanto o Observatório do Clima critica a crise de hospedagem em Belém.

Atualizado em
August 12, 2025
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O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30. — Foto: Fernando Donasci/MMA

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, divulgou a quinta carta da presidência, enfatizando a necessidade de reconhecer as populações vulneráveis como líderes na luta contra a crise climática. O documento, que se destina à comunidade internacional, destaca que essas comunidades não devem ser vistas apenas como vítimas, mas como protagonistas na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Corrêa do Lago afirmou que as populações mais afetadas pela crise climática são mestres em vitalidade e criatividade, e que sua liderança é essencial para enfrentar os desafios atuais. Ele mencionou a importância de grupos como mulheres, jovens, povos indígenas e comunidades tradicionais, que desempenham papéis cruciais na construção de resiliência e na busca por soluções inovadoras.

A COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, deve ser um "ritual de passagem", segundo o embaixador. O evento permitirá um momento de luto pelas perdas causadas por eventos climáticos extremos e pela falência de um modelo de desenvolvimento que não oferece mais esperança. O documento também apresenta três prioridades para as negociações: reforçar o multilateralismo, conectar a agenda climática à vida das pessoas e acelerar a implementação do Acordo de Paris.

O Observatório do Clima criticou a crise de hospedagem em Belém, que pode limitar a participação na conferência. A entidade alertou que a falta de infraestrutura adequada pode transformar a COP30 na mais excludente da história, dificultando a presença de delegações, observadores e jornalistas. A situação é preocupante, pois pode comprometer a legitimidade das negociações e dar margem a países que se opõem ao avanço do Acordo de Paris.

A crítica se concentra na negligência dos governos federal e do Pará, que tiveram mais de dois anos para resolver as questões logísticas. A falta de planejamento adequado resultou em custos de hospedagem considerados proibitivos, o que pode reduzir a presença de representantes da sociedade civil e limitar a mobilização popular em torno da conferência.

Em um momento crítico para a luta climática, a união da sociedade civil é fundamental. A mobilização em torno de iniciativas que apoiem as comunidades vulneráveis e promovam a inclusão de vozes historicamente marginalizadas pode fazer a diferença. A participação ativa de todos é essencial para garantir que a COP30 não apenas cumpra suas promessas, mas também se torne um marco na luta contra a crise climática.

G1 - Meio Ambiente
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