Meio Ambiente

COP30 em Belém: veto a pratos típicos da Amazônia gera polêmica e é revogado pela OEI

A Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) revogou veto à venda de pratos típicos amazônicos na COP30, após forte pressão pública e política, permitindo a inclusão de açaí e tucupi no evento.

Atualizado em
August 17, 2025
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Açaí, presente no cotidiano alimentar dos paraenses e exportado para diversos países, chegou a ser vetado no edital da COP30, mas voltou ao centro do debate após a revisão das regras (iStock/Thinkstock)

A COP30, conferência climática da ONU, ocorrerá em Belém em novembro e gerou polêmica após a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) publicar um edital que vetava a oferta de pratos típicos da culinária amazônica, como açaí, tucupi e maniçoba. A justificativa para essa restrição foi o risco sanitário, sem considerar produtos já certificados. No entanto, após forte reação pública e política, a OEI revogou o veto, permitindo a comercialização desses alimentos no evento.

O edital, publicado no dia 12, especificava que alimentos típicos da culinária paraense não poderiam ser oferecidos nas zonas azul e verde da COP30. Além dos pratos mencionados, a lista de restrições incluía maionese caseira, ostras cruas e sucos de fruta in natura. O descumprimento das exigências poderia levar à substituição de itens nos cardápios dos estabelecimentos. O edital previa a instalação de 87 estabelecimentos oficiais, com a exigência de que ao menos 30% dos insumos fossem de origem local.

A decisão da OEI provocou reações de entidades ligadas à gastronomia e à produção amazônica. Joanna Martins, diretora do Instituto Paulo Martins, criticou o edital, afirmando que ele revela preconceito e desconhecimento sobre a culinária local. O Pará é responsável por mais de 93% da produção de açaí no Brasil, e a comercialização de tucupi é acompanhada por órgãos de defesa agropecuária, garantindo a segurança alimentar.

Entidades como Abrasel e Sebrae emitiram uma nota de repúdio à exclusão dos pratos típicos, destacando que esses produtos são consumidos diariamente e possuem controle sanitário. O ministro do Turismo, Celso Sabino, classificou a medida como um “erro grave” e defendeu a presença da gastronomia regional na COP30. Ele anunciou que o edital seria revisado para corrigir as distorções.

No dia 16, a OEI publicou uma errata excluindo a lista de itens proibidos do edital. A nova redação permite maior flexibilidade na apresentação dos cardápios, exigindo apenas que os produtos estejam em conformidade com as legislações de segurança alimentar. A decisão foi bem recebida, e a expectativa é que a gastronomia amazônica tenha destaque no evento, refletindo a cultura local.

Com a inclusão dos pratos típicos, a COP30 se torna uma oportunidade para valorizar a culinária amazônica e promover a cultura regional. A mobilização em torno desse tema pode inspirar ações que apoiem a gastronomia local e incentivem a valorização dos produtos da região. A união em torno dessas iniciativas pode fazer a diferença para muitos produtores e para a preservação da cultura amazônica.

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