O número de brasileiros com mais de 60 anos no mercado de trabalho cresceu quase 70% em doze anos, atingindo 8,6 milhões em 2024, refletindo a alta informalidade e a inflação que impacta essa faixa etária. A pesquisa da FGV/Ibre destaca que muitos idosos precisam trabalhar devido ao custo de vida elevado, especialmente com despesas de saúde. A informalidade atinge 53,8% desse grupo, muito acima da média nacional. Especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas que garantam proteção e empregabilidade a essa população crescente.
O Brasil registrou um aumento significativo no número de trabalhadores com mais de 60 anos, que cresceu quase 70% nos últimos doze anos. Em 2012, havia 5,1 milhões de idosos no mercado de trabalho, número que saltou para 8,6 milhões em 2024, conforme estudo da pesquisadora Janaína Feijó, da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), baseado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este crescimento reflete a combinação do aumento da expectativa de vida e do elevado custo de vida.
Com a aposentadoria muitas vezes insuficiente para cobrir despesas como planos de saúde e medicamentos, muitos idosos se veem obrigados a retornar ao mercado de trabalho. Janaína Feijó destaca que a melhoria na qualidade de vida dos idosos também contribui para essa tendência, permitindo que eles queiram permanecer ativos por mais tempo. A expectativa de vida no Brasil, que era de 62,6 anos em 1980, subiu para 76,4 anos em 2023.
Entretanto, a situação financeira dos idosos é preocupante. O estudo indica que a inflação enfrentada por essa faixa etária é superior à média nacional, com um aumento de 4,40% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC-3i) da FGV/Ibre, em comparação a 4,23% do IPC geral. Essa disparidade é impulsionada por gastos com saúde e alimentação, que pesam mais no orçamento dos idosos.
Apesar do aumento no número de idosos no mercado de trabalho, a maioria ocupa postos informais. Em 2024, 53,8% dos trabalhadores com mais de 60 anos estavam na informalidade, um índice bem acima da média nacional de 38,6%. A informalidade é especialmente prevalente nos setores de serviços e comércio, onde muitos idosos atuam em atividades como vendas ambulantes e construção civil, frequentemente sem vínculos formais e proteção social.
Os segmentos que concentram a maior parte da força de trabalho idosa são os serviços e comércio, com 26,75%, e operários qualificados, artesãos e mecânicos, com 21,20%. A presença desses trabalhadores é visível nas ruas, onde desempenham funções que, embora essenciais, carecem de garantias e direitos trabalhistas.
Com o envelhecimento acelerado da população e um sistema previdenciário sob pressão, especialistas preveem que o crescimento da força de trabalho idosa deve continuar. Para que essa situação melhore, é fundamental que haja políticas públicas que promovam a empregabilidade e a proteção dos trabalhadores mais velhos. A união da sociedade civil pode ser um caminho para apoiar iniciativas que visem melhorar as condições de vida e trabalho dessa população vulnerável.
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