Censo Escolar aponta aumento de 44,4% nos diagnósticos de TEA no Brasil, enquanto o Ministério da Educação lança curso de práticas inclusivas. Desafios de financiamento e suporte ainda persistem.

A inclusão escolar no Brasil é um marco civilizatório e um reflexo do progresso social na educação pública. Contudo, enfrenta desafios significativos, como a judicialização, a medicalização e a pressão por resultados que frequentemente desconsideram desigualdades e vulnerabilidades. A diversidade de necessidades entre os estudantes, com ou sem diagnóstico, demanda políticas educacionais que sejam preparadas e responsáveis.
Recentemente, o Censo Escolar apontou um aumento de 44,4% nos diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) entre 2023 e 2024, elevando o número de estudantes com TEA de 636.202 para 918.877. Especialistas e educadores destacam que os desafios atuais requerem soluções que fortaleçam as capacidades das redes e das escolas.
Nos Estados Unidos, a situação é alarmante, com um em cada 31 crianças diagnosticadas com TEA. O governo americano iniciou investigações sobre as causas desse aumento, mas a proposta gerou ceticismo entre cientistas, reabrindo debates sobre teorias já refutadas, como a relação entre vacinas e o transtorno. Enquanto isso, alguns profissionais apontam para a subnotificação em áreas com acesso limitado à saúde especializada.
O fenômeno da “indústria de laudos” também preocupa, com diagnósticos realizados em consultas rápidas e critérios pouco rigorosos. Essa polarização desvia a atenção do essencial: a necessidade de atender a diversidade de estudantes de forma adequada. Especialistas afirmam que muitos desafios poderiam ser resolvidos com apoios simples e suporte psicopedagógico, mas a medicalização de dificuldades de aprendizagem tem gerado preocupações sobre a invisibilidade de alunos com singularidades.
O Ministério da Educação lançou um curso nacional de práticas pedagógicas inclusivas, com a meta de oferecer 1,2 milhão de vagas até 2026. Apesar desse avanço, a formação continuada isolada não resolve os problemas cotidianos nas escolas. A sobrecarga dos professores, agravada por demandas pedagógicas complexas e falta de recursos, resulta em altos índices de esgotamento. A inclusão escolar requer esforço e dedicação, especialmente em um cenário de escassez de recursos e conhecimento adequado.
Embora as leis tenham ampliado direitos, o financiamento da educação inclusiva continua sendo um desafio. O aumento do fator de ponderação da educação especial no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) é um passo positivo, mas ainda insuficiente para cobrir os custos reais da educação inclusiva. É fundamental que a discussão sobre financiamento integre saúde e assistência social, garantindo que as escolas tenham o suporte necessário. Nessa situação, a união da sociedade pode fazer a diferença, promovendo iniciativas que ajudem a atender as crescentes demandas por inclusão.

A Escola Indígena Chuí, em Maracanaú (CE), é a primeira em território indígena no Brasil a receber uma Sala Google, promovendo educação e cultura local. A parceria entre o Governo do Ceará e o Google traz recursos inovadores para 426 alunos do povo Pitaguary.

Recife realizou a 29ª edição do Festival Cine PE, destacando lançamentos literários que celebram jovens de baixa renda que alcançaram sucesso por meio da educação. O evento reforça a importância do ensino como motor de ascensão social.

O governo federal implementa o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) para avaliar cursos de medicina, visando melhorar a qualidade da formação e controlar a expansão das instituições. Ministros da Educação e da Saúde anunciaram que escolas com baixo desempenho enfrentarão severas consequências, como suspensão de vestibulares e cortes de vagas.

A desigualdade no acesso a creches no Brasil aumentou, com um estudo do Todos Pela Educação revelando que a diferença entre ricos e pobres subiu de 22 para 29,4 pontos percentuais de 2016 a 2024. Quase 2,3 milhões de crianças estão fora das creches, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas para garantir o direito à educação infantil.

Ana Clara Batista, estudante de 17 anos, foi a primeira a assumir o cargo de primeira-dama por um dia, destacando a importância da representatividade feminina na política. O programa Meninas em Ação visa empoderar jovens em cargos de liderança.

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que destina parte do lucro do pré-sal para políticas de permanência estudantil em universidades públicas, visando reduzir a evasão de cotistas. A proposta, que altera a Lei nº 12.858/2013, permitirá que instituições de ensino tenham recursos para oferecer bolsas a estudantes em situação de vulnerabilidade. A médica e professora da USP, Ludhmila Hajjar, destacou a importância da aprovação, que segue agora para sanção presidencial, com boas expectativas de se tornar um programa social permanente.