Imagens recentes do Ibama revelam a devastação causada pela mineração ilegal na Terra Indígena Kayapó, no Pará, com impactos ambientais e sociais alarmantes. A atividade garimpeira, que já ocupava 16,1 mil hectares, afeta a fauna e flora locais, além de ameaçar a saúde das comunidades indígenas.
Imensas clareiras na floresta, água barrenta e solo revirado revelam a devastação causada pela mineração ilegal na Terra Indígena (TI) Kayapó, no Pará. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou um vídeo impactante que ilustra a destruição durante ações de desintrusão, que visam remover invasores do território protegido. As operações, em parceria com forças de segurança, têm sido realizadas há mais de dois meses e evidenciam o impacto ambiental massivo da atividade.
A TI Kayapó, com uma extensão de 3,2 milhões de hectares, abriga os povos mebengôkre e isolados do rio Fresco. Dados do Greenpeace indicam que, até 2024, o garimpo ocupava 16,1 mil hectares do território, uma área equivalente à cidade de Natal (RN) ou a dez parques Ibirapuera, em São Paulo. Segundo Jair Schmitt, diretor de proteção ambiental do Ibama, a mineração começa com o desmatamento, seguido pela formação de crateras para extração de sedimentos e refinamento do ouro.
A extração do ouro na Amazônia envolve cavar a terra ou sugar o fundo dos rios, utilizando maquinário pesado, frequentemente destruído em ações de fiscalização. Thaise Rodrigues, analista de geoprocessamento do Instituto Socioambiental (ISA), destaca que o rio Branco foi totalmente assoreado e o rio Fresco também foi severamente afetado pelos dejetos da atividade garimpeira, alterando as características físicas da água e prejudicando a ictiofauna.
O processo de extração envolve a mistura da lama com mercúrio, formando uma amálgama que é queimada, liberando mercúrio na atmosfera. Esse elemento se transforma em metilmercúrio, acumulando-se nos organismos e afetando a cadeia alimentar, com impactos diretos na saúde das comunidades que dependem da pesca. Rodrigues alerta que os efeitos da garimpagem se estendem por quilômetros, ameaçando a sobrevivência de povos indígenas e ribeirinhos, além de impactar populações urbanas próximas.
Os incêndios florestais na TI Kayapó, que atingiram um total de 3.246 focos de calor até setembro de 2024, estão relacionados à atividade garimpeira. Imagens de satélite mostram que os focos de incêndio estão próximos a áreas de garimpo ilegal, sugerindo que os garimpeiros provocam incêndios para expandir suas operações. A destruição ambiental pode ser irreversível, e a recuperação do ecossistema depende do fim do garimpo.
Desde o início das operações de desintrusão em maio, o Ibama destruiu 117 acampamentos clandestinos e equipamentos de garimpo, estimando um prejuízo de R$ 100 milhões para as organizações criminosas. Além dos danos ambientais, a mineração ilegal também traz consequências sanitárias, como a proliferação da malária e o aumento da violência nas comunidades. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a proteção desses territórios e a recuperação das áreas afetadas.
A população afrodescendente foi reconhecida pela primeira vez em documentos da convenção do clima da ONU, destacando suas vulnerabilidades nas negociações sobre transição justa. O Brasil e outros países da América Latina pressionaram por essa inclusão, que representa um avanço significativo nas discussões sobre justiça social e direitos humanos.
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.159/2021, que institui a Licença Ambiental Especial e o autolicenciamento, provocando reações negativas entre ambientalistas e especialistas. A medida é vista como um retrocesso nas políticas ambientais brasileiras, comprometendo a legislação e a imagem do país na COP30.
Empresários e ambientalistas solicitam ao deputado Zé Vitor a rejeição de um dispositivo que revoga a proteção da Mata Atlântica, ameaçando a biodiversidade e o progresso na redução do desmatamento. A alteração proposta pode reverter a queda de 80% nos índices de desmatamento, colocando em risco áreas essenciais para a sobrevivência do bioma e suas comunidades.
Durante a FLIP, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância das florestas na COP 30, ressaltando sua biodiversidade e criticando a visão homogênea dos biomas. Ela enfatizou que a floresta Amazônica é vital, produzindo vinte bilhões de toneladas de água diariamente, e que as leis da natureza não se alteram por interesses humanos.
A Votorantim anunciou a criação de centros de biodiversidade para pesquisa de espécies nativas, visando a compensação de carbono e a mitigação das mudanças climáticas, durante o seminário "COP30". A iniciativa destaca a importância da conservação florestal para o PIB brasileiro e a necessidade de inovação em práticas de manejo.
Após ser multada por despejo de esgoto na Represa de Guarapiranga, a Sabesp anunciou um investimento de R$ 2,57 bilhões para universalizar o saneamento na região até 2029, com 23 novas estações elevatórias e 650 km de redes.