Impacto Social

Estudo revela que incertezas sobre identidade de gênero aumentam riscos de saúde mental entre pessoas transgênero

Estudo internacional revela que pessoas transgênero com incertezas sobre sua identidade enfrentam mais depressão e ansiedade, enquanto bissexuais têm risco elevado de ideação suicida. Pesquisadores pedem políticas públicas inclusivas.

Atualizado em
June 12, 2025
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A pesquisa revelou que indivíduos transgênero, especialmente os que não tinham certeza sobre a própria identidade, eram mais vulneráveis, com mais sintomas de depressão, ansiedade e pior saúde física - Foto:Marcos Santos - Banco de Imagens USP - Fonte: USP Imagens

Um estudo internacional realizado por pesquisadores da Universidade Charles de Praga, em colaboração com o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), revelou que pessoas transgênero que não têm certeza sobre sua identidade enfrentam um risco elevado de problemas emocionais. Os dados indicam que esses indivíduos apresentam mais sintomas de depressão e ansiedade, além de uma saúde física pior em comparação com aqueles que possuem uma identidade definida.

A pesquisa, que envolveu mais de cinco mil participantes, também destacou que pessoas bissexuais têm um risco duas vezes maior de desenvolver depressão e ideação suicida em relação a heterossexuais. Apesar de apresentarem um desempenho cognitivo melhor, os bissexuais enfrentam desafios significativos em sua saúde mental.

Os pesquisadores observaram que a incerteza sobre a identidade sexual é um fator de risco mais relevante do que a própria identidade trans. Entre os participantes, 50% das pessoas trans relataram sintomas de depressão ou ansiedade, enquanto sua saúde física foi 23% inferior à de indivíduos cisgêneros. Aqueles com identidade trans bem definida não mostraram piora nos indicadores de saúde.

Jaroslava Varella Valentova, professora e pesquisadora do IP, enfatizou que a piora na saúde de certos grupos não se deve apenas à condição de minoria, mas também às especificidades de cada grupo. Ela defende a necessidade de políticas públicas que garantam atendimento equitativo e o combate à exclusão social.

O estudo também revelou que a atração por pessoas do mesmo sexo tende a diminuir com a idade, especialmente entre mulheres. Além disso, as dinâmicas de poder nas relações sexuais foram analisadas, mostrando que muitos participantes relataram preferências por papéis de dominação e submissão durante as interações.

Esses dados ressaltam a importância de ações que promovam a saúde mental e o bem-estar das comunidades LGBTQ+. A união em torno de iniciativas que apoiem esses grupos pode fazer uma diferença significativa na vida de muitos. Projetos voltados para a saúde mental e a inclusão social são essenciais para enfrentar os desafios enfrentados por essas populações.

Jornal da USP - Saúde
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