Estudo inédito resgata saberes curativos do povo Pataxó Hã-Hã-Hãi, catalogando 175 plantas medicinais e destacando o uso de espécies exóticas, promovendo a etnobotânica participativa. A pesquisa, liderada por Hemerson Dantas dos Santos, busca revitalizar conhecimentos ancestrais e atender às necessidades de saúde da comunidade.

Um estudo inovador realizado pelo etnobotânico Hemerson Dantas dos Santos Pataxó Hã-Hã-Hãi, atualmente doutorando no Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo (ICAQF-Unifesp), resgatou saberes curativos ancestrais do povo Pataxó Hã-Hã-Hãi. Este trabalho, que é considerado o primeiro realizado por um pesquisador etnobotânico indígena, catalogou 175 plantas medicinais e teve como foco o tratamento de verminoses, diabetes e hipertensão, doenças que afetam a comunidade devido à fragmentação cultural e à deterioração das condições de vida.
O estudo, publicado no Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, foi realizado em colaboração com Eliana Rodrigues, orientadora de Hemerson. O pesquisador destacou que a pesquisa foi feita “por nós e para nós”, enfatizando a importância de resgatar conhecimentos que estavam se perdendo. Durante a investigação, foi constatado que 79% das plantas catalogadas estão em conformidade com a literatura científica atual, revelando um rico conhecimento tradicional.
Uma descoberta significativa foi que muitas das plantas medicinais mais utilizadas são espécies exóticas, introduzidas no Brasil, como o capim-cidreira e a moringa. Isso reflete a devastação ambiental e o deslocamento forçado da população indígena, que resultou na perda de muitas espécies nativas. Hemerson lamentou a escassez de plantas nativas e a extinção da língua tradicional do povo, que ocorreu em 1992, com a morte da última falante.
A pesquisa envolveu a participação de 19 especialistas indígenas, com idades entre cinquenta e oitenta e cinco anos, que compartilharam seus conhecimentos sobre práticas de cura. Hemerson destacou a importância dos anciãos na transmissão de saberes, mesmo em um contexto onde muitos adotaram práticas religiosas evangélicas, substituindo rituais tradicionais por orações cristãs.
O projeto também resultou em um livro, um audiovisual e a criação de um canteiro de plantas medicinais nas aldeias. Além disso, um livreto com receitas seguras para o uso de plantas medicinais será distribuído, visando educar jovens e profissionais da saúde indígena. A pesquisa foi apoiada pela FAPESP, que concedeu uma bolsa ao autor, permitindo que ele realizasse um trabalho de campo significativo em sua comunidade.
Iniciativas como essa são fundamentais para a preservação da cultura e dos saberes tradicionais. O resgate de práticas ancestrais e a valorização do conhecimento indígena podem ser impulsionados por ações coletivas da sociedade civil, que buscam apoiar e fortalecer comunidades em sua luta pela preservação de sua identidade e recursos naturais.

Censo revela que 11,8 milhões de pessoas residem em Unidades de Conservação no Brasil, com 131 mil em áreas onde a habitação é proibida, destacando a complexidade das ocupações e precariedades enfrentadas. A maioria é parda, com aumento de quilombolas e indígenas, evidenciando conflitos entre políticas ambientais e regularização fundiária.

O povo Waimiri Atroari, após séculos de pressão territorial, agora fiscaliza a construção do linhão de Tucuruí, buscando mitigar impactos em seu território, um modelo inédito na Amazônia. A participação ativa dos kinjas na fiscalização representa uma mudança significativa na abordagem de grandes empreendimentos na região.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região suspendeu a reintegração da Suzano Celulose em terras quilombolas em Conceição da Barra (ES), após alegações de violação de direitos. A Defensoria Pública da União argumentou que a comunidade afetada não foi ouvida e que a decisão desrespeitou legislações nacionais e internacionais.

A Army Help The Planet, formada por fãs do BTS, mobiliza-se contra o PL da Devastação, promovendo campanhas de conscientização e inclusão social. O grupo destaca a urgência de proteger o meio ambiente.

Oliver Humberto Naves Blanco inicia curso gratuito em Presidente Prudente, abordando práticas de agricultura ecológica e regenerativa, visando melhorar a qualidade do solo e combater a mudança climática. O curso, que ocorre em junho, promove a autonomia produtiva e o resgate de saberes ancestrais, essencial para a saúde do solo e do planeta.

Comunidades quilombolas se opõem a teste de perfuração na Foz do Amazonas, agendado para o dia 24, alegando falta de consulta prévia e denunciando racismo ambiental. A Conaq critica a ausência de participação democrática.