O ESG Summit em Belém abordou a interconexão entre saúde e mudanças climáticas, destacando o aumento de casos de dengue na Amazônia e a necessidade de uma abordagem interdisciplinar. Especialistas enfatizaram a urgência de unir saúde, meio ambiente e educação para enfrentar esses desafios.
O ESG Summit, realizado em Belém no dia 10 de outubro, abordou a interconexão entre saúde e mudanças climáticas, destacando o aumento de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, na Amazônia. Especialistas, incluindo Lívia Carício Martins, diretora do Instituto Evandro Chagas (IEC), enfatizaram que o aquecimento global propicia a proliferação de mosquitos em áreas antes livres dessas doenças. Em Mocajuba, no Pará, os casos de dengue aumentaram nove vezes, de dez em 2023 para noventa em 2024, segundo dados do Infodengue.
O evento, que ocorreu em um contexto de emergência climática, também discutiu a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas. Renata Faber, diretora de ESG da EXAME, destacou que o encontro pode ser um ponto de partida para que diferentes partes interessadas formem alianças e avancem no debate sobre saúde e clima. O relatório The Lancet Countdown (2024) indica que o aquecimento global pode aumentar em até trinta e sete por cento o potencial de transmissão de doenças como a dengue em todo o mundo.
Durante o evento, Fagner Carvalho, médico infectologista em Abaetetuba, ressaltou que a saúde vai além do bem-estar físico, incluindo aspectos sociais e qualidade de vida. Ele mencionou a importância de conscientizar as comunidades sobre como o desmatamento e as mudanças climáticas afetam a saúde. A diretora do IEC, Lívia Martins, defendeu a visão de Saúde Única, que integra a saúde humana, animal, vegetal e ambiental, afirmando que um planeta saudável é essencial para a saúde da população.
O ESG Summit também apresentou iniciativas inovadoras, como o projeto "Rios da Saúde", que oferece atendimentos médicos gratuitos a populações ribeirinhas. Gustavo Meirelles, vice-presidente médico da Afya, destacou a importância de incluir a interrelação entre clima e saúde no ensino universitário, preparando futuros profissionais para enfrentar esses desafios. A tecnologia foi apresentada como uma ferramenta crucial para abordar questões de saúde na região amazônica, com projetos que utilizam drones e mapeamento para entender e prevenir doenças.
Eduarda Batista, articuladora ambiental na Rede Jandyras, alertou para o impacto desigual das mudanças climáticas sobre mulheres, que são mais vulneráveis devido à sua dependência de recursos naturais e às condições de saúde específicas que enfrentam. O evento também contou com a participação de especialistas que compartilharam experiências e soluções para os desafios enfrentados pelas comunidades na Amazônia, especialmente em relação às mudanças climáticas e à saúde.
Com a COP30 se aproximando, a necessidade de ações efetivas se torna ainda mais urgente. Projetos que promovem a saúde e a conscientização nas comunidades amazônicas devem ser incentivados pela sociedade civil. A união em torno dessas causas pode fazer a diferença na vida de muitos, contribuindo para um futuro mais saudável e sustentável.
A Floresta Nacional de Caxiuanã, a mais antiga da Amazônia Legal, enfrenta grilagem e desmatamento, enquanto novas espécies são descobertas e projetos de manejo sustentável buscam reverter a pobreza local.
O governo federal iniciou uma operação de 90 dias para erradicar o garimpo ilegal na Terra Indígena Kayapó, no Pará, com destruição de acampamentos e apreensões de materiais. A ação, determinada pelo STF, visa proteger o território do povo Mebêngôkre, que enfrenta devastação ambiental.
Em agosto, a ONG Climate Reality Project promoverá um evento gratuito para formar lideranças climáticas, preparando para a COP-30 em novembro. Al Gore e especialistas discutirão soluções para comunidades vulneráveis.
Mãe e filha, Edna e Gabrielly Dantas, construíram a Casa de Sal, uma residência sustentável na Ilha de Itamaracá, utilizando oito mil garrafas de vidro e madeira reaproveitada, refletindo resistência cultural e ambiental.
O Índice de Programa Social (IPS) 2025 revela que o Pará apresenta a pior qualidade de vida do Brasil, com Belém na 22ª posição entre as capitais, destacando problemas como desmatamento e garimpo ilegal. Essa realidade será central nas discussões da COP30, que ocorrerá no estado.
O governo Lula iniciará em 2 de fevereiro uma operação de 90 dias para expulsar garimpeiros da Terra Indígena Kayapó, em resposta a uma decisão do STF. A ação, que envolve 20 órgãos, visa combater a mineração ilegal e suas consequências ambientais e de saúde.