A Floresta Nacional de Caxiuanã, a mais antiga da Amazônia Legal, enfrenta grilagem e desmatamento, enquanto novas espécies são descobertas e projetos de manejo sustentável buscam reverter a pobreza local.

A Floresta Nacional de Caxiuanã, localizada em Melgaço, é a mais antiga unidade de conservação da Amazônia Legal, criada em mil novecentos e sessenta e um. Enfrenta sérios problemas como grilagem, desmatamento e a pobreza extrema das comunidades locais. Com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de apenas 0,418, a região apresenta alarmantes índices de analfabetismo e trabalho infantil, com mais de setenta por cento da população vivendo em extrema pobreza.
Apesar dos desafios, a biodiversidade da Floresta Nacional de Caxiuanã continua a surpreender. Pesquisadores têm descoberto novas espécies, incluindo peixes e insetos, revelando que apenas quarenta por cento da biodiversidade da Amazônia foi descrita até agora. A Flona abriga uma rica variedade de fauna e flora, incluindo a onça-pintada e a castanheira, mas a exploração ilegal de madeira e o tráfico de animais ameaçam essa riqueza.
A coordenadora de pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, Marlúcia Bonifácio Martins, destaca que a questão fundiária é um dos principais motores da destruição na região. As invasões de terras, ligadas ao crime organizado, têm se intensificado, comprometendo a integridade da floresta. Martins observa que a situação se agravou desde dois mil e quatorze, quando madeireiros ilegais começaram a explorar a área, que antes era considerada uma das mais conservadas da Amazônia.
O desmatamento, que começou a ganhar força na década de cinquenta, teve um impacto significativo na economia local. Muitas serrarias fecharam após a proibição do comércio de espécies valiosas, mas a exploração ilegal persiste. Ane Alencar, diretora científica do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, afirma que a pobreza na região é resultado de uma economia baseada na exploração insustentável dos recursos naturais.
Iniciativas de educação e capacitação têm mostrado resultados positivos. O projeto Manejaí, desenvolvido pela Embrapa e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, visa promover o manejo sustentável do açaí em comunidades tradicionais, aumentando a produção em até trinta por cento. Walkymario Lemos, chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, ressalta a importância de unir tecnologia à tradição para melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.
O Projeto Esecaflor, que estuda o efeito da seca sobre a floresta, é um exemplo de pesquisa que pode trazer respostas sobre o futuro da Amazônia. Com a continuidade dos estudos, espera-se entender melhor como a floresta pode se recuperar e manter sua biodiversidade. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a educação e o desenvolvimento sustentável na região, ajudando a transformar a realidade das comunidades que vivem em Caxiuanã.

Alice Pataxó, ativista indígena, destacou a crise climática e seus planos para a COP 30 em Belém durante o Power Trip Summit, enfatizando a comunicação acessível entre povos indígenas. Ela acredita que o futuro é construível e que a conferência pode ampliar o debate ambiental.

Sebastião Salgado e Arnaldo Bloch testemunharam uma rara cerimônia fúnebre ianomâni, revelando tradições ancestrais e a luta do povo contra a redução populacional e invasões em suas terras.

Líder indígena Adriano Karipuna protestou no TEDxAmazônia contra o genocídio de povos tradicionais, clamando por respeito à diversidade cultural e pela demarcação de terras indígenas. Ele destacou a crescente violência e pediu ações efetivas para proteger os povos originários.

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apresentou a concessão administrativa da Transposição do Rio São Francisco no 9º Fórum Internacional de PPPs na Sérvia, destacando seu modelo inovador para enfrentar desafios climáticos e garantir acesso à água. A proposta envolve uma parceria público-privada com a União e os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco, visando soluções sustentáveis e equitativas.

Pescadores de Magé revitalizaram a Baía de Guanabara ao replantar manguezais, criando o Parque Natural Municipal Barão de Mauá, um exemplo de recuperação ambiental e educação. Após o desastre de 2000, a comunidade se uniu para restaurar o ecossistema, promovendo biodiversidade e renda local. O parque, com 113,7 hectares, agora abriga mais de cem espécies e é um modelo de resistência.

O governo federal concluiu encontros regionais para o Plano Nacional de Logística 2050, enfrentando desafios na integração de demandas socioambientais e na participação da sociedade civil. A fragilização do licenciamento ambiental pelo Senado pode impactar a eficácia do planejamento.