O Índice de Programa Social (IPS) 2025 revela que o Pará apresenta a pior qualidade de vida do Brasil, com Belém na 22ª posição entre as capitais, destacando problemas como desmatamento e garimpo ilegal. Essa realidade será central nas discussões da COP30, que ocorrerá no estado.
O Índice de Programa Social (IPS) 2025, desenvolvido por cientistas de Harvard e do MIT, revelou que o Pará apresenta a pior qualidade de vida entre os estados brasileiros. Belém, a capital paraense, ocupa a 22ª posição entre as capitais, enquanto o estado lidera em desmatamento e enfrenta sérios problemas, como o garimpo ilegal. O IPS considera diversos indicadores sociais e ambientais, refletindo a realidade de mais de cinco mil municípios, além de Brasília e Fernando de Noronha.
Os dados do IPS mostram que o Pará concentra doze das vinte cidades com pior pontuação, incluindo Jacareacanga e Bannach. O estado também se destaca negativamente em segmentos populacionais, liderando rankings de municípios com até cinco mil habitantes e acima de quinhentos mil. A correlação entre desmatamento e baixa qualidade de vida é evidente, com municípios que desmatam apresentando notas muito baixas no índice.
Em 2024, o Pará cortou 2,3 mil quilômetros quadrados de Floresta Amazônica, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Altamira, um dos municípios mais afetados, também figura entre os piores no IPS. O garimpo ilegal, especialmente em Jacareacanga, contribui significativamente para a devastação ambiental e a queda nos índices sociais.
A Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP30, ocorrerá em Belém, trazendo à tona a necessidade de discutir a qualidade de vida na Amazônia. O urbanista Roberto Andrés destacou que a cidade enfrenta graves carências de infraestrutura, afetando principalmente a população mais vulnerável. A expectativa é que as discussões na conferência abordem a urgência de melhorar as condições de vida na região.
O IPS 2025 também evidencia a desigualdade social no Brasil, com cidades do Sudeste apresentando melhores resultados em comparação às do Norte. Gavião Peixoto, em São Paulo, obteve a melhor avaliação do país, enquanto a maioria dos municípios analisados aparece com notas médias abaixo da média nacional. A pesquisa indica que a qualidade de vida não muda rapidamente, exigindo esforços contínuos de gestão pública.
Iniciativas locais, como as de Água Azul do Norte, mostram que é possível obter bons resultados em áreas como saúde e bem-estar, mesmo em municípios com notas baixas. A mobilização da sociedade civil é essencial para promover melhorias nas condições de vida e enfrentar os desafios socioambientais. A união em torno de projetos sociais pode fazer a diferença na vida de muitos que enfrentam dificuldades.
Alice Pataxó, ativista indígena, destacou a crise climática e seus planos para a COP 30 em Belém durante o Power Trip Summit, enfatizando a comunicação acessível entre povos indígenas. Ela acredita que o futuro é construível e que a conferência pode ampliar o debate ambiental.
Victor Hermann lança "Zona Cinza", um livro que examina a desresponsabilização da classe média diante de catástrofes socioambientais, propondo a arte como resposta à crise. A obra reflete sobre a inércia e a necessidade de assumir responsabilidades em um mundo em risco.
O MIDR destina R$ 60 milhões ao PDRSX para promover inclusão e sustentabilidade no Xingu. O investimento visa fortalecer comunidades indígenas e desenvolver projetos de ordenamento territorial e inclusão social.
Estudantes de medicina veterinária do CEUB investigam a relação entre o tratamento humanizado das vacas leiteiras e a qualidade do leite, destacando práticas que beneficiam animais e consumidores. A pesquisa ressalta que o bem-estar animal é essencial para a saúde do leite e a sustentabilidade da produção, alinhando-se às normas de bem-estar estabelecidas no Brasil.
Moradores da Vila da Barca, em Belém, denunciam despejo de dejetos de bairros nobres sem inclusão no novo sistema de esgoto. Prefeitura admite falhas na comunicação e promete melhorias.
A Amazônia enfrenta um dilema entre a preservação ambiental e a pobreza de sua população, enquanto nações ricas exigem sacrifícios sem reduzir suas próprias emissões. A hipocrisia global é evidente.