Socioambiental

Moradores da Vila da Barca enfrentam problemas com obra de esgoto em meio à COP30 e denunciam racismo ambiental

Moradores da Vila da Barca, em Belém, denunciam despejo de dejetos de bairros nobres sem inclusão no novo sistema de esgoto. Prefeitura admite falhas na comunicação e promete melhorias.

Atualizado em
April 10, 2025
Clock Icon
3
min
Igor Normando, prefeito eleito de Belém — Foto: Celso Lobo/AID/Alepa

Moradores da Vila da Barca, uma das maiores favelas do Brasil, estão enfrentando problemas com a construção de um sistema de esgotamento sanitário em sua comunidade, parte das obras para a COP30. Eles denunciam que dejetos de bairros nobres estão sendo despejados na área sem que suas casas sejam incluídas no novo sistema. A prefeitura de Belém reconheceu falhas na comunicação sobre a obra e prometeu melhorias.

Suane Barreirinhas, líder comunitária, afirmou que a comunidade está sendo vítima de racismo ambiental. Desde 2024, dejetos e entulhos têm sido despejados em uma fossa aberta, expondo os moradores a poeira e a proliferação de doenças como dengue. Além disso, a falta de infraestrutura adequada tem causado inundações nas casas durante chuvas fortes.

Power Martins, professor de música e morador local, expressou sua indignação ao perceber que a obra não beneficiará a comunidade. Ele destacou que, enquanto os dejetos de bairros como Reduto e Umarizal são enviados para a Vila da Barca, não há garantias de que as casas da favela serão conectadas ao novo sistema de esgoto.

O secretário de Infraestrutura e Logística do governo do Pará, Adler Silveira, afirmou que o projeto incluirá a conexão das casas da Vila da Barca ao sistema. No entanto, Barreirinhas contestou essa afirmação, alegando que a comunidade não foi contemplada e que a apresentação feita na reunião foi superficial.

Após questionamentos, a prefeitura trocou as placas informativas na obra, tentando esclarecer que se trata de uma estação elevatória de esgoto. O prefeito de Belém, Igor Normando, reconheceu um erro de comunicação e afirmou que a obra visa resolver problemas habitacionais históricos da comunidade, que está em uma área de alto interesse imobiliário.

A situação na Vila da Barca ilustra a necessidade de atenção e ação da sociedade civil. Projetos que visem a melhoria das condições de vida e a inclusão dos moradores devem ser apoiados, pois a união pode fazer a diferença na luta por justiça social e ambiental.

Valor Econômico
Quero ajudar

Leia mais

Indígenas Zoró clamam por apoio federal contra invasão de madeireiros e garimpeiros em seu território
Socioambiental
Clock Icon
3
min
Indígenas Zoró clamam por apoio federal contra invasão de madeireiros e garimpeiros em seu território
News Card

Lideranças do povo Zoró, em Mato Grosso, pedem intervenção do governo federal para conter invasões de madeireiros e garimpeiros. Eles estabeleceram barreiras e apreenderam equipamentos, mas necessitam de apoio policial para garantir a segurança.

Moradores da Vila da Barca protestam contra estação de esgoto que não beneficiará a comunidade
Socioambiental
Clock Icon
3
min
Moradores da Vila da Barca protestam contra estação de esgoto que não beneficiará a comunidade
News Card

Moradores da Vila da Barca protestam contra a construção de uma estação de esgoto que, segundo eles, beneficiará apenas áreas nobres de Belém, enquanto a comunidade permanece sem saneamento. A obra, parte das preparações para a COP30, gerou descontentamento e ações judiciais.

Mudanças climáticas elevam a violência de gênero e aprofundam desigualdades sociais já existentes
Socioambiental
Clock Icon
3
min
Mudanças climáticas elevam a violência de gênero e aprofundam desigualdades sociais já existentes
News Card

Mudanças climáticas aumentam a violência de gênero, com um estudo apontando que cada aumento de 1ºC na temperatura global eleva em quase 5% os casos de agressões a mulheres por parceiros íntimos. Eventos extremos, como secas e enchentes, intensificam desigualdades sociais e expõem mulheres a riscos maiores, como feminicídios, que aumentam em 28% durante ondas de calor.

Censo revela que 11,8 milhões de pessoas vivem em Unidades de Conservação no Brasil, com destaque para comunidades tradicionais
Socioambiental
Clock Icon
3
min
Censo revela que 11,8 milhões de pessoas vivem em Unidades de Conservação no Brasil, com destaque para comunidades tradicionais
News Card

Censo revela que 11,8 milhões de pessoas residem em Unidades de Conservação no Brasil, com 131 mil em áreas onde a habitação é proibida, destacando a complexidade das ocupações e precariedades enfrentadas. A maioria é parda, com aumento de quilombolas e indígenas, evidenciando conflitos entre políticas ambientais e regularização fundiária.

Ilha Grande renasce com maricultura e turismo sustentável, impulsionando a economia local e preservando tradições
Socioambiental
Clock Icon
4
min
Ilha Grande renasce com maricultura e turismo sustentável, impulsionando a economia local e preservando tradições
News Card

Iniciativas de maricultura na Ilha Grande revitalizam a produção de vieiras e ostras, com jovens locais aprendendo técnicas de cultivo e promovendo turismo comunitário. A esperança de recuperação econômica cresce.

Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável prioriza projetos com critérios ESG
Socioambiental
Clock Icon
4
min
Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável prioriza projetos com critérios ESG
News Card

O Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS) agora incorpora critérios ESG em projetos, priorizando sustentabilidade e inclusão social, com o Perímetro Irrigado do Jaíba como primeiro projeto. Essa iniciativa visa transformar a infraestrutura nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, promovendo sinergia entre o setor público e privado para enfrentar desafios climáticos.