O PL 2.159, aprovado no Senado, facilita o licenciamento ambiental por autodeclaração, levantando preocupações sobre dados imprecisos e riscos ambientais, segundo especialistas. A falta de governança e fiscalização pode impactar negativamente as exportações brasileiras.

O Cadastro Ambiental Rural (CAR), instituído em 2012, permitiu que proprietários rurais se autodeclarassem sobre suas terras, mas resultou em problemas de sobreposição territorial e fiscalização ineficaz. Recentemente, o Projeto de Lei 2.159, aprovado no Senado, flexibiliza o licenciamento ambiental por meio de autodeclaração, o que pode agravar a situação de dados imprecisos e aumentar os riscos ambientais e comerciais para o Brasil.
Luiz Ugeda, advogado e geógrafo, destaca que a falta de governança impede uma fiscalização adequada do licenciamento ambiental. Ele aponta que o CAR gerou uma sobreposição territorial inflacionada em cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, o que equivale a adicionar uma Colômbia ao território brasileiro. Apesar de a informação ser pública e já ter sido denunciada, a ineficácia da fiscalização persiste.
O licenciamento ambiental depende de informações confiáveis sobre o uso do solo. Se o CAR contiver dados inflacionados, decisões equivocadas podem ser tomadas, como autorizações para empreendimentos em áreas degradadas ou protegidas. Pedro Carneiro, advogado especialista em Direito Ambiental, ressalta que a autodeclaração sem validação técnica compromete o princípio da precaução, permitindo que áreas protegidas sejam erroneamente classificadas como produtivas.
Ugeda também menciona que problemas como a grilagem de terras estão se transferindo para o ambiente digital. A sobreposição de proprietários é comum, com registros duplicados em cartórios, CAR e no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Essa falta de cruzamento de informações resulta em uma sobreposição de títulos que chega a 650 mil quilômetros quadrados nos cartórios e mais de um milhão no CAR.
Ugeda defende a necessidade de uma agência reguladora que gerencie todos os dados relacionados ao uso do solo. Ele argumenta que a falta de interoperabilidade entre os sistemas impede uma governança eficaz. Com a ampliação do licenciamento por autodeclaração, os danos ambientais podem ser irreversíveis, afetando a imagem do Brasil no mercado internacional.
Carneiro alerta que a situação pode prejudicar as exportações brasileiras, especialmente em mercados que exigem garantias de sustentabilidade. A falta de rastreabilidade ambiental pode resultar em barreiras comerciais e restrições a produtos brasileiros. Em um cenário como esse, a união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que promovam a regularização e a sustentabilidade, garantindo um futuro mais seguro e responsável para o meio ambiente.

A Câmara dos Deputados aprovou a Lei do Mar, que estabelece a Política Nacional para a Gestão Integrada do Sistema Costeiro-Marinho, visando a conservação e o uso sustentável. O projeto, que agora segue para o Senado, foi elaborado por ex-deputados e inclui diretrizes para a proteção ambiental e desenvolvimento sustentável, abordando questões como pesca, turismo e mudanças climáticas.

A jaguatirica apreendida pelo Ibama, que estava sob cuidados inadequados de uma influenciadora, gera polêmica com abaixo-assinados pedindo sua devolução, desconsiderando a legislação e riscos à fauna.

Casos de febre oropouche no Brasil dispararam para 10.940 em 2024, com duas mortes. Pesquisadores apontam mudanças climáticas e novas cepas do vírus como fatores críticos para a epidemia.

Estudo recente aponta que a temperatura média global pode subir 2 graus Celsius até 2050, aumentando a frequência de desastres naturais e exigindo ações urgentes de mitigação.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou a previsão da safra de grãos para 345 milhões de toneladas, mas enfrenta um desafio: 40% da colheita não possui armazenamento adequado. A falta de armazéns é um problema crônico, com apenas 62% da produção sendo estocada. Em Mato Grosso, produtores recorrem a métodos improvisados, como bolsões de plástico, enquanto uma cooperativa investe R$ 24 milhões em novos silos. A Conab reconhece a urgência de novos investimentos em infraestrutura.

Reunião entre a Secretaria Nacional de Segurança Hídrica e a Secretaria de Recursos Hídricos de Pernambuco abordou obras hídricas, como a Barragem de Panelas II, com 97% de execução, e a adutora do Agreste, beneficiando comunidades afetadas pela seca.