Fany Kuiru Castro se torna a primeira mulher a liderar mais de 400 povos indígenas da Pan-Amazônia, destacando o papel do Papa Francisco na defesa dos direitos indígenas e na conscientização ambiental. A encíclica Laudato si e o Sínodo da Amazônia foram marcos importantes na luta pela proteção da floresta e dos povos que nela habitam.

Fany Kuiru Castro se tornou a primeira mulher a liderar mais de quatrocentos povos indígenas da Pan-Amazônia, destacando a importância do Papa Francisco na defesa dos direitos indígenas e na conscientização sobre a Amazônia. Castro, advogada colombiana e atual presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica (Coica), reconhece que a figura do papa foi crucial para abrir portas. Ela ressalta que Francisco sempre se referiu à Amazônia como "minha querida Amazônia" e abordou questões como o extrativismo e os danos ambientais.
Desde que assumiu o papado em 2013, Francisco colocou a preocupação socioambiental no centro da Igreja Católica. Sua encíclica Laudato si, publicada em 2015, propõe uma "ecologia integral" como resposta aos impactos da ação humana no planeta. O arcebispo de Palmas, Pedro Brito, observa que a temática ambiental não era amplamente discutida na Igreja antes de Francisco, e sua abordagem gerou críticas, especialmente durante o Sínodo da Amazônia, realizado em 2019.
O Sínodo, que ocorreu no início do mandato de Jair Bolsonaro, foi um marco importante. Dom Pedro Brito menciona que o papa "ouviu o grito" dos bispos que há décadas tentavam chamar a atenção da Igreja para a Amazônia. Durante o encontro, ele proclamou que crimes ambientais, como desmatamento e poluição, deveriam ser considerados "pecados ecológicos", conforme registrado no documento final do Sínodo.
O escritor e pesquisador indígena Edson Krenak elogia a postura de Francisco, que se abriu para a teologia indígena e pediu perdão pela violência histórica contra os povos originários. Em 2016, o papa pediu desculpas no México, reconhecendo os danos causados em nome da Igreja. O Sínodo da Amazônia foi uma oportunidade de diálogo e reconciliação, ressaltando a importância da floresta e dos direitos dos povos indígenas.
Apesar dos avanços, Krenak aponta que a Igreja Católica ainda precisa se posicionar firmemente sobre a demarcação de terras indígenas. Ele critica a falta de ação em relação à propriedade, considerando que a Igreja, como uma das maiores proprietárias de terras, deveria defender os direitos dos povos indígenas de forma mais contundente. A localização das terras da Igreja também levanta questões sobre seu uso por grandes empresários do agronegócio.
Com a morte de Francisco, há preocupações sobre o futuro da agenda socioambiental da Igreja. Dom Pedro acredita que os ensinamentos sobre ecologia integral permanecerão, mas a crise socioambiental exige ação contínua. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que protejam os direitos dos povos indígenas e a Amazônia, promovendo um futuro mais sustentável e justo.

Durante o seminário Agroindústria Sustentável, especialistas debateram a recuperação de áreas degradadas e a inclusão de pequenos produtores no acesso a crédito e tecnologia, visando a produção sustentável no Brasil. O evento, mediado por Bruno Blecher, contou com a participação de autoridades como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, e representantes de empresas do setor.

Um estudo do Imazon revela que as dez cidades com a pior qualidade de vida do Brasil estão na Amazônia Legal, com Uiramutã, em Roraima, liderando o ranking negativo. A pesquisa destaca a fragilidade social e ambiental da região.

Foi criada a Área de Proteção Ambiental (APA) da Foz do Rio Doce, com 45.417 hectares, como parte do acordo judicial pós-rompimento da barragem de Fundão, beneficiando comunidades tradicionais e a biodiversidade local.

A degradação ambiental e a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte impactam crianças indígenas e quilombolas na Amazônia, afastando-as da natureza e prejudicando seu desenvolvimento. O Projeto Aldeias, em Altamira, busca resgatar esses laços comunitários e a conexão com o meio ambiente.

Em 2024, o Cimi registrou 211 assassinatos de indígenas, incluindo a liderança Maria Fátima Muniz de Andrade, em um cenário de crescente violência e insegurança jurídica. A crise climática e o Marco Temporal agravam a situação.

Indígenas Kayapó e Panará protestam em Brasília contra a Ferrogrão, destacando a falta de diálogo com autoridades e sua exclusão do Grupo de Trabalho sobre o projeto, que ameaça seus territórios.