Meio Ambiente

Governo de São Paulo implementa barreira flutuante para conter proliferação de aguapés no Rio Tietê

Governo de São Paulo instalará barreira flutuante no Rio Tietê para conter aguapés, enquanto Cetesb interdita praias devido à toxicidade das algas. Medidas visam mitigar impactos ambientais e de navegação.

Atualizado em
April 11, 2025
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Com a concentração de plantas aquáticas na eclusa da hidrelétrica de Barra Bonita, os barcos não passam Foto: Divulgação/GT Macrófitas

O governo de São Paulo anunciou a instalação de uma barreira flutuante com boias para conter a proliferação de aguapés no Rio Tietê, especificamente na região de Barra Bonita, a 300 quilômetros da capital. Essa medida visa mitigar os impactos negativos no turismo, na pesca e na saúde ambiental, uma vez que a presença excessiva dessas plantas aquáticas tem dificultado a navegação e causado riscos à fauna local. Recentemente, embarcações de turismo ficaram encalhadas devido ao acúmulo de aguapés.

A barreira, que terá cerca de dois quilômetros de extensão, será posicionada a montante da barragem da Usina Hidrelétrica de Barra Bonita, próxima à eclusa. As boias serão ancoradas para garantir a estabilidade da estrutura. Após a instalação, uma equipe será responsável por monitorar e remover o aguapé que eventualmente ultrapassar a barreira. Essa ação faz parte de um conjunto de iniciativas da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) para combater a eutrofização, que é a poluição por excesso de nutrientes que favorece a proliferação de algas.

De acordo com Cristiano Kenji Iwai, subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento Básico da Semil, a instalação das boias deve ocorrer em até 120 dias, podendo ser antecipada. Enquanto isso, o manejo das plantas aquáticas já está em andamento, com ações para desobstruir a via de navegação. Além disso, um grupo de fiscalização integrada será criado para monitorar as bacias hidrográficas do Tietê, identificando fontes de poluição e lançamentos irregulares.

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) interditou praias devido à toxicidade das algas, que incluem a cianobactéria Microcystis aeruginosa, considerada altamente tóxica. No dia 4 de abril, a CETESB constatou que a água do Tietê estava imprópria para banho, levando à interdição da praia de Sabino, a 469 quilômetros de São Paulo. A recomendação é evitar o contato com o rio, tanto para pessoas quanto para animais.

Operadores de turismo expressaram preocupação com a proposta do governo, afirmando que as medidas não abordam a retirada imediata dos aguapés. Eles sugerem que a remoção mecânica das plantas aquáticas é necessária, especialmente nas áreas mais afetadas. O vereador Daniel Zacharias Zago (MDB) também destacou que, mesmo com a fiscalização, o problema das plantas aquáticas persistirá devido a um passivo ambiental acumulado ao longo de décadas.

Kenji Iwai reconheceu que a eutrofização é um problema histórico que se intensificou com a crise climática. Ele mencionou ações do governo, como o programa Integra Tietê, que retirou milhões de metros cúbicos de sedimentos dos rios. A Auren Energia, responsável pela Usina Hidrelétrica de Barra Bonita, está implementando medidas para manter a navegabilidade na eclusa. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem a recuperação e preservação do Rio Tietê, beneficiando a comunidade local e o meio ambiente.

Estadão
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