Mudanças climáticas podem expandir a distribuição dos barbeiros na Amazônia, aumentando o risco de transmissão da Doença de Chagas até 2080, alerta estudo da Universidade Federal do Mato Grosso. A pesquisa destaca a necessidade urgente de políticas de saúde integradas para proteger populações vulneráveis.

As mudanças climáticas estão impactando a saúde pública na Amazônia, conforme um estudo recente que alerta sobre a expansão dos barbeiros, vetores da Doença de Chagas, até o ano de dois mil e oitenta. O aquecimento global, aliado a secas e enchentes, pode facilitar a transmissão da doença em áreas antes consideradas seguras. A pesquisa, realizada por uma equipe de instituições brasileiras e da Universidade de Bristol, destaca a necessidade de atenção às condições ambientais que favorecem a proliferação desses insetos.
A Doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é transmitida principalmente por barbeiros. Embora a doença tenha sido reconhecida em humanos em mil novecentos e nove, sua presença continua a ser um desafio, especialmente em regiões com condições de vida precárias. Apesar do Brasil ter recebido, em dois mil e seis, a certificação de interrupção da transmissão vetorial em algumas áreas, a doença ainda causa cerca de seis mil mortes anuais no país.
O estudo analisou mais de onze mil registros de ocorrência de cinquenta e cinco espécies de barbeiros, utilizando modelagem de nicho ecológico para prever a distribuição desses vetores sob diferentes cenários climáticos. Os resultados indicam que as áreas vulneráveis da Amazônia devem experimentar um aumento na presença dos barbeiros, o que pode surpreender sistemas de saúde despreparados e afetar populações já em situação de desigualdade.
O mapeamento das áreas com potencial aumento de barbeiros até dois mil e oitenta revela regiões que hoje apresentam baixa ocorrência desses insetos, como partes do oeste do Pará e do norte do Amazonas, que podem se tornar áreas de risco no futuro. Essa informação é crucial para antecipar estratégias de prevenção e fortalecer o sistema de saúde, permitindo que ações educativas e de vigilância sejam implementadas antes que a transmissão da doença se intensifique.
As projeções do estudo ressaltam a importância de políticas integradas que abordem saúde, meio ambiente e mudanças climáticas. A degradação ambiental na Amazônia, combinada com o aumento do risco de doenças infecciosas, exige uma resposta coordenada. As populações mais afetadas serão aquelas que já enfrentam dificuldades de acesso a serviços de saúde e condições de moradia adequadas.
Com base nos dados gerados, é possível direcionar ações preventivas e fortalecer a vigilância entomológica. A próxima Conferência do Clima da ONU, marcada para ocorrer em Belém, representa uma oportunidade para colocar a saúde climática em pauta. A união da sociedade civil pode ser fundamental para apoiar iniciativas que visem proteger as populações vulneráveis e mitigar os impactos das mudanças climáticas na saúde pública.

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