A Gruta de Kamukuwaká, sagrada para os Wauja, foi vandalizada, levando à criação de uma réplica e à luta por reconhecimento cultural e proteção territorial. A inauguração da réplica em Ulupuwene marca um passo importante na preservação da cultura indígena.

O Território Indígena do Xingu, no Brasil, enfrenta desafios significativos, especialmente após o vandalismo da Gruta de Kamukuwaká, um local sagrado para os Wauja. O ataque ocorreu em 2018, quando a principal parede da gruta foi depredada, levando à criação de uma réplica e à luta pela preservação do território. O cacique Akari Waurá, que cresceu visitando a gruta, expressou a importância desse espaço, que é considerado uma "biblioteca" e "escola" da cultura Wauja.
A Gruta de Kamukuwaká, localizada às margens do Rio Batovi, é um símbolo da cosmogonia Wauja, onde o herói ancestral Kamukuwaká viveu. Apesar da demarcação do Xingu em 1961, a área da gruta ficou fora da proteção, resultando em um aumento da pressão de atividades agrícolas e desmatamento na região. O estado de Mato Grosso se tornou um dos maiores produtores de soja do mundo, impactando diretamente as terras indígenas.
Após o vandalismo, os Wauja, em parceria com organizações internacionais, decidiram criar uma réplica da gruta, utilizando tecnologia avançada para reconstituir as gravuras danificadas. A inauguração da réplica ocorreu em outubro de 2024, na aldeia Ulupuwene, onde os Wauja celebraram a preservação de sua cultura e história. Akari destacou que a luta pela proteção do território é essencial para manter viva a tradição de seu povo.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu a importância da gruta ao tombá-la como patrimônio cultural em 2010, mas a falta de fiscalização permitiu que o vandalismo ocorresse. A arqueóloga Gabriele Viega Garcia, que trabalha com os Wauja, enfatizou a necessidade de um plano de gestão claro para a proteção do patrimônio indígena, algo que ainda não foi implementado adequadamente.
Em um contexto de crescente desmatamento e pressão econômica, os Wauja e outros povos do Xingu buscam garantir seus direitos e a preservação de suas terras. A recente decisão judicial que determina a revisão dos limites da Terra Indígena Batovi é um passo positivo, mas a luta continua. O presidente da Associação Terra Indígena Xingu, Ianukula Kaiabi Suiá, ressaltou a importância de unir esforços para proteger os locais sagrados e a cultura indígena.
O fortalecimento das iniciativas de preservação cultural e ambiental é crucial. A união da sociedade civil pode fazer a diferença na luta pela proteção dos direitos dos povos indígenas e na preservação de suas tradições. Projetos que visam apoiar essas causas devem ser incentivados, pois a proteção do patrimônio cultural é uma responsabilidade coletiva.

Durante o seminário Agroindústria Sustentável, especialistas debateram a recuperação de áreas degradadas e a inclusão de pequenos produtores no acesso a crédito e tecnologia, visando a produção sustentável no Brasil. O evento, mediado por Bruno Blecher, contou com a participação de autoridades como Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, e representantes de empresas do setor.
O comércio de couro de pirarucu, promovido como sustentável, gera lucros desiguais, com pescadores locais sem reconhecimento e enfrentando contrabando. A indústria da moda e autoridades apoiam, mas desafios persistem.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região suspendeu a reintegração da Suzano Celulose em terras quilombolas em Conceição da Barra (ES), após alegações de violação de direitos. A Defensoria Pública da União argumentou que a comunidade afetada não foi ouvida e que a decisão desrespeitou legislações nacionais e internacionais.

Malcom Ferdinand propõe a ecologia decolonial, unindo a luta por justiça social à preservação ambiental, desafiando o ambientalismo tradicional que ignora injustiças sociais. A obra "Uma ecologia decolonial" destaca a importância de integrar dignidade dos povos oprimidos e equilíbrio ecológico.

O Ateliê Derequine, coletivo de moda indígena, recebeu R$ 50 mil do Fundo Indígena da Amazônia Brasileira, Podáali, para expandir suas atividades e promover direitos indígenas. A iniciativa visa reduzir a burocracia no financiamento e fortalecer comunidades locais.

Líder indígena Maria de Fátima Muniz foi assassinada em ataque na Bahia, enquanto a violência contra povos indígenas no Brasil cresce, com mais de 211 mortes e aumento de suicídios em 2024.